sábado, 16 de novembro de 2013

A Glória da Vida.


Faço desse espaço, uma brincadeira com as palavras e tenho a oportunidade de abrir meu coração, nesse caso, com uma das pessoas mais lindas da minha vida, Glória Brandão. 
 
 
 
Em tempos difíceis, faltava dinheiro e sobravam sonhos. Morava em um sobrado, acima de uma grande sucata, na cidade que por nome diria ser os próximos anos, Fortaleza. Traçar um percurso, ficaria mais fácil, por ter um trilho ao lado, o bairro era o Monte Castelo, a rua Sargento Hermínio, o número não sei, também não sei o CEP, mas tenho certeza, foram anos inesquecíveis. São muitas histórias a contar, tem incêndios, cobranças, faculdade, fugas e muitas roupas, literalmente lavadas.
De tantas histórias, lembro nitidamente, o orelhão. Único meio de comunicação com minha família e amigos. Era domingo e fazia sol, eu chorava muito, mas em minha família, homem chorar é regra e não exceção. A segunda feira, chegava. Tinha ultimato, fim de prazo e conclusão. A Universidade cobrava seu valor e aquele seria o ultimo dia da matrícula.  Caso contrário, sem semestre, sem aula e sem fisioterapia. O menino apaixonado pelo que fazia, chorava horrores.
Lágrimas e voz trêmula, agora em um orelhão, o barulho do trem, pessoas nas ruas, aos meus ouvidos um som meigo, feliz e incentivador. A voz dizia: "Meu filho, a tia não tem esse dinheiro, mas amanhã ele vai está em sua conta".
A paz, nesse momento, fazia parte de mim, não existia mais conflito, sofrimento e sim uma força imensurável, a vontade de gritar, de tal forma que as lágrimas cessaram, a dor já não existia, era vitória e eu sabia, era a glória. Era Glória, a tia e a madrinha. São lembranças de que fez e faz da vida uma poesia, como canto de amor, por quem foi amado e é amado em todos os seus dias.

domingo, 10 de novembro de 2013

Na Casa de Adísia Sá.

 
Esse texto foi escrito em dezembro de 2009, em comemoração a uma das mais brilhantes comunicadoras do Ceará, por quem tenho grande admiração.
 
Estamos nos preparando para a grande festa do ano, o nascimento de Jesus, momento ímpar para o cristianismo. Momento importante no qual devíamos nos convidar a refletir sobre nossos atos e atitudes, isso possivelmente não seja alcançado, por que todos correm ansiosamente, prova disso é o trânsito maluco nos últimos tempos, sem falar nos shoppings e em tudo que envolva o consumismo, uma reação estimulada pela agressividade publicitária nessa época do ano.
Temos que comprar, talvez seja esse o termo mais usado nesses momentos de festas. Não consigo estar envolvido nesse processo eufórico, mesmo assim, estou sendo interrompido agora mesmo, para ser comunicado: "os nossos funcionários ficaram felizes com as lembrancinhas de natal". Não posso criticar o sorriso dos meus colaboradores ou o rosto estampando pela alegria na criança diante do brinquedo novo, no pai de família ao receber cesta de alimentos.
Façam a festa, essa é de todos os que sonham com a roupa nova, o carro do ano. Temos de investir na alegria de sonhar e nos emocionarmos realizando sonhos outros. Me faz  lembrar o  DVD do Chico Buarque, Chico e as Cidades, nesse DVD ele fala do sonho de infância, morar na casa do Oscar, referindo–se a um projeto de Oscar Niemeyer para a residência da família Buarque de Holanda, sonho frustrado. Chico não pôde morar na casa do Oscar.
Nesse ano de 2009, foi comemorado 80 anos de Adísia Sá, o jornal O Povo publicou um caderno especial sobre a mulher e profissional, o marco na comunicação, perdi as contas de quantas vezes degustei do seu saber naquelas páginas em sua homenagem, frases fortes e identificadas em valores por mim admirados,  "Ninguém me toma de mim", ao mesmo tempo lembro uma frase de Chico "Música do tom é casa do Oscar". Na música ele encontrou a casa que um dia sonhou morar, no cuidar de pessoas busco encontrar a sabedoria da maestra Adísia.
Chico não realizou seu sonho em morar na casa de Oscar, quem sabe realizo o meu de ir bater um papo, tomar um café na casa da Adisia Sá.
E que todos em sua fé possam comemorar, cada um do seu jeito, com seus valores essa grande festa.

Feliz Natal.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Lembranças de Quixabinha

Ainda menino de voz sobre mudanças, sem tom,  com  fortes graves e agudos intensos,  traços impulsivos e  magérrimo. Sinto cheiro da poeira, do carro que nos traz, quando freia para abrir a porteira. Chegamos a Quixabinha a 15 km de sua sede, cidade de Mauriti, distrito de Palestina, interior do Ceará. Distante 519 km da capital do estado, Fortaleza.  Bem próximo de minha cidade natal, Crato. Nosso espirito aventureiro chamando atenção do Sr. de face em rugas, cabelos brancos e escassos, sorriso e voz altiva a nos receber, pai do meu pai, Sr. de tantas histórias. Naquele momento as expectativas estavam voltadas ao mar sem ondas, as ilhas, as pescas e aventuras no olhar daqueles meninos, eram os 31.782.000m3 aos quase 30° do mês de férias, dos dias inesquecíveis em Quixabinha.
Um mar aos nossos olhos e a canoa fluía em braços fortes do senhor anfitrião, ele sempre sentado no meio da canoa, equilibrando as águas, eu a frente e minha irmã ainda menina, bem mais posterior. Entre espelhos d'agua e braços amarrados a cordas, sobre o mais absoluto e rigoroso domínio, daquele que disfarçava o não cuidar, dele não vinha o educar e ao mesmo tempo a alegria de aventurar ao lado dos seus.
Pular em águas e sentir novas sensações, lembranças e passos de quem tinha condições de experimentar o novo, de quem inconsequentemente se entregava a aventuras, eram meninos e esses mesmo nascidos em cidade próspera, com suas regras e altivez, sorriam e brincavam desconhecendo o perigo ou medo. Livres em formas e funções, construindo de suas maneiras o novo olhar diante da vida.
O açude construído na década de 70 pelo DNOSC para amenizar os problemas da seca, nesse dia nada mais era que o cenário para mergulhar em águas e superar desafios desconhecidos, mesmo ainda tão jovens e crianças soltos por águas, presos pela corda entre ilhas. Velho sábio oferecia liberdade, mesmo tendo tantos saltos em seu domínio.
Reminiscências, de tão longe, guardadas no fundo do baú, feito eco de voz que de tão forte, ouvidas no meio das águas distantes, era o amor de quem ama incondicionalmente, de quem gera e traz a vida. Aos olhos dos meninos livres e amarrados, a imagem nítida da barreira que impede as águas do Quixabinha escorrerem e desabarem, perdendo assim seu proposito, superar a seca. De longe a figura da mulher em seu desespero protetor, mesmo não tendo oferecido o alimento por seus seios, abria o grito por entre seus peitos, repreendendo a todos, que de tão longe, tornavam pequenos naquela canoa.
Os meninos mesmo inocentes tão quanto o velho, manifestavam através de gestos e braços as ferramentas que os protegiam, mas o amor que cegava aquela mulher, não fazia enxergar as cordas amarradas aos punhos desses meninos e de seu avô, feito fortes correntes, não tão frágeis como cordão umbilical que os unia a genitora.
Nascia naquele instante o fim das férias, incentivo ao medo e a continuação das regras, justificando tamanho amor, em laços de proteção, de quem só ama pode sentir. À volta pra casa, à terra vermelha e seca no meio de pedras ou as pedras entre terras promovendo poeiras sob cactos e a falta do espelho d'agua do Quixabinha. Das suas ilhas, das piabas fritas as suas margens, das meninas em vestidos molhados, modulando corpos em erupção, dos olhos verdes e longos cabelos loiros, da linda menina que me encantou, dos quais me trazem lembranças, o despertar. O fim de uma infância e começo de uma nova era.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Passam Tempos e Tempos.


Em tempos distantes, talvez dificuldades
Em caminhos percorridos, coragem.
O sorriso,  prova final da felicidade
Mesmo em situações árduas,  compromisso.
Heroísmo na mentalidade infantil,  nos acompanham.
Passam tempos e tempos
Traços, mudam mentes em busca da perfeição.
O tom sério, em dose certa.
O dom eterno de sorri
Acreditando, prossigamos em horizontes límpidos.

Em tempos presentes, talvez maturidade.
Nos caminhos os quais percorremos, serenidade.
A alegria, certeza da meta desejada.
Mesmo em situações difíceis, confirmação
Senso de humor, a criança que ainda existe.
Passam tempos e tempos
Expressão que nos moldura, atos que nos projetam.
O tom desajeitado, em busca de acertar.
O dom de ser amigo
Acreditando, lutando em busca de conquistas.

Em tempos futuros, talvez esperança.
Em caminhos desconhecidos, a razão.
A verdade, como forma de acreditar na vida.
Mesmo em situações indesejáveis, determinação.
O menino meio criança, meio adulto que sempre existiu.
Passam tempos e tempos
Uma construção individual, que custa uma vida.
O tom suave, extravasando emoções.
O dom da solidariedade
Acreditando, caminhando em busca de alicerçar um ser humano.

Saudades do Crato

Escrito por Raquel de Queiroz em 15/10/1953 . "Nobre cidade do Crato", faço desse texto, minhas preces. Suas palavras tornam ainda mais bela, minha cidade ao topo da serra, abaixo do serrado.

Quando ainda menino
Subindo o lameiro em busca de musica
Ao som dos violinos, arpas e violões
Eram presságios e vidas
Moleques , roceiros e humildes
Em harmonia, instrumentos bem vividos
Instrumentos   herdados e doados
Intensos e resistentes
Viver  histórias
Mãos sofridas, calos, enxadas e roças
Crianças e nelas viviam, novas crianças
Novas histórias
O canto e o encanto em formato de sons
Poesias e saudades
O cheiro do pequi
Sons das águas do meu Cariri
Saudades
Cheiro do caju
Pássaros, casas simples
Gente humilde
Raízes
Palmeiras, bailando entre  noites de luar
Minha serra, calor e frio ao som do forró
Noitadas,
Fogueiras
Vestidos de chitas
Bigodes artificiais
Chapéus de palha
Amigos
Saudades do Crato
O Crato tênis clube
Casas populares
Meus amigos, dona Zefinha
Brincadeiras de rua
Quanta saudade.

sábado, 24 de agosto de 2013

Sonhos e Lágrimas de um Menino.


Noites de perguntas

por que sonhar?

Esperança ou ilusão

Apenas sonhos

Verdades

Eu nem sei

A certeza única, devo sonhar

Sonhar dormindo e acordar sonhando

Continuar

Realizar todos os sonhos

O menino que fui

A alegria e a meninice

Palmeiras que ouviram lágrimas

Lágrimas adolescente

Lágrimas de um menino

O Homem cheio de sonhos

Chorando feito menino

Homem digno

Cheio de esperanças e de sonhos.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Ultrapassar as quatro paredes



Ultrapassar as quatro paredes

Crescer e se identificar

Superar oscilações

Sentir dor e viver em equilíbrio

Viver cada minuto

Se encontrar a cada segundo

Em segundos, reflexões

Fingindo estar perdido

Estando seguro

Determinação em minha volta

Cobranças extintas

Um ser dominante

O côncavo e o convexo de si mesmo

Caminhar com disponibilidade

Poder sonhar com a certeza de estar vivendo



Ultrapassar as quatro paredes

Saudades de estar sozinho

Abrir e conhecer novos espaços

Perguntar, responder e gerar conflitos

Criar expectativas, causar surpresa

Desenvolver um modo novo de viver

Ser polêmico se for preciso

Sozinho ou não, construir fortalezas

Um surdo, mudo aos sons dos dias

Se necessário for, ser um cego

Feito lendas por mim ouvidas

Respeitar as próprias convicções

Em tempos descrentes, continuar acreditando

De tempos em tempos mudando

Viver intensamente a mudança dos tempos.

domingo, 21 de julho de 2013

Eu e minha familia estamos correndo risco de vida.


Não sou daqueles que acham que não pode acontecer comigo algo terrível, muito pelo contrário, mesmo sendo otimista, prevenção é algo que valorizo muito, isso me faz vir as redes sociais, para registrar algo que muito está incomodando minha família, estamos com o carro clonado, multas e mais multas chegando em casa, esse carro pode está sendo guiado por um inocente, mesmo sendo esse pouco cuidadoso em relação ao trânsito, mas isso comprova, esse veículo pode está sendo usado para assaltos ou qualquer outro crime.
Procurei muitos advogados e até esse momento nenhum soube nos responder nada, aquele tal de BO, que acredito ser "boletim de otário" , foi feito desde a primeira multa, se é de ocorrência, continuo me sentindo um otário por que o DETRAN, nem mesmo valorizou, dessa forma, somos infratores, por que circulamos com um carro carregado de multas, o que fazer? Para aonde ir? Quem pode responder? Aonde buscar ajuda?
Já estamos, eu e minha família perdidos, sem nem mesmo saber a quem recorrer. Esse desabafo é por que, se alguma coisa acontecer com algum de nós, quero deixar claro, quem são os verdadeiros criminosos, são os omissos que nada fazem, não são capazes de ouvir cidadãos do bem. Nem mesmo a saúde dos meus pais está preservada. Pense, no coração de uma mãe ao ver seus filhos saírem em um veículo clonado? Para alguns, isso pode parecer dramático, por que é sempre assim em um país incompetente, tudo que pode ser prevenido, chega a ser drama, depois que a merda acontece, os bandidos tem direitos humanos e as vítimas o direito de vestir aquelas camisetas no meio da rua com a foto de quem já morreu. Alguém sabe como nos ajudar?

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Meu melhor exercício



Todos correm

Suor e sacrifícios

Mesmo assim, correm

O sol escaldante

O dia amanhecendo

O entardecer

Falam em saúde

Falam em viver

O vinho tinto

A taça de cristal

Poemas saboreando

Palavras ditas

Viver um tema

Atitudes só minhas

Olhar itinerante

Egoísta

Palavras

Safras e pouca colheita

Receitas ouvindo blues

O negro americano

O índio brasileiro

Traduzindo a transamazônica

O acarajé baiano

Arroz de Cuxá maranhense

Contando uma única história

Vitórias

Alegrias

Caminhando

Entre tantas chamadas de Ana

Entre o Corcovado e Itapuã

Olhos exaltados

Loucas condições

O trago não sentido

Mesmo além de mim

Viajo

Novas pessoas, abro o sorriso

No barzinho do centro

No centro do Recife

Bip bip de Copacabana

Em livrarias sem livros

Livros vivos, dos quais falo

São pessoas

Expressões de sentimentos

Menos felicidades, mais existência

Otimismo que me invade

O meu melhor exercício

Viver.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Vivo Feliz, Por Ser Quem Sou


 



Não consigo entender minha insônia, mas entendo minhas ansiedades diante do novo, vejo e sei ler nesses instantes novas possibilidades de ser sempre um novo ser, aprender e saber ler e entender os bandolins de Osvaldo Montenegro, os dias para assim nascer felizes de Cazuza.

O som de Bach, " a sabedoria musical", o registro de um "sol dos compositores", os amigos que choram a morte do pai. Meu pai resistente a vida, demonstrando virilidade, nessa busca por cada instante.

Eu brincando de escrever, escrevendo palavras, textos, hoje são blogs, ontem contos e poesias, sem rumo, são novos os caminhos, feito Vinicius, Drummond e Fernando, feito pessoas ousadas em busca de se encontrarem e se  perderem.

Quero encontrar o que nem sei se perdi, viver esperanças, sorrindo, me encantando, encantando a tudo que ver e sentir, feito choro triste, saudades e encontros.

Versos, prosas , poesias, feitos de letras e contos, sejam exalando ruas, vielas ou grandes cidades em que vivi, fugindo de mim, quando esses caminhos foram de pedras, barros, ervas ou espinhos.

Já é quase dia de novo, nem parece por tamanha energia, estou aceso, já é dia.

Estava a pouco acordado, nem mesmo dormi, não foi insônia, estou acordado de novo, empolgado, faço a cada dia o que amo.

Amo o que faço da mesma forma que pretensiosamente acredito viver e fazer poesia.

Os sonhos, registros, viagens e novamente sonhar, fotografias por todos os lados, feito medo de maior ou anseio de nunca esquecer cada curva e gesto, foram assim registrados em olhares diversos e por tamanho olhar.

Muitas foram as curvas, as vistas turvas, as expectativas, os semblantes maliciosos, entendendo cada pretensão, cada gesto, desejo novo e novas explicações.

Muitas foram as justificativas, os sorrisos bobos, mãos bobas, mas tudo com sabedoria, feito menino malino, homem maduro, feito esse jeito moleque, as vezes tímido, mas por demais sereno.

Feito eu vivendo e vadiando na vida, as vezes vago e em muitas e muitas outras vezes na vida, vivo feliz por ser quem sou.
 

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Todos os sonhos.


Não tenho data, mas em minha adolescência escrevi:





Continuar Sonhando.

Me pergunto a noite

Por que sonho?

Será esperança?

Apenas sonhos?

Verdades?

Nem sei

Sei

Preciso continuar

Sonhando

Sonhando acordado

sonhando dormindo

Continuar sonhando

Realizar

Todos os sonhos

Buscar

O menino que fui

Alegria

Meninice

Palmeirais

Lágrimas

Adolescente e descobertas

Lágrimas nesse menino

O hoje

O homem

Sonhos

Choro

Chorar feito menino

Esperar

Homem digno

Meus sonhos

Minhas esperanças.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Para ser um sábio, preciso ser criança.


Muitas são as pressões
Dia a dia
Uns querem pouco, outros muito
Solícito ou não
Me vejo perdido
Pedidos
Solicitações
Inúmeras e imensuráveis
Me faço de desentendido
Mal educado
Abestado ou sinônimo qualquer
Apenas sigo
Caminho
Escolha
Decisão
Não me permitir
Não seguir
Caminhos ou estratégias
Rios ou mares
Nuvens de chuva
Cidades neutras ou estranhas
Leis que não são as minhas
Apenas seguir no prumo
Sem rumo
Sem destino
Profecias e ciências exatas
Na folha do Jornal
Na coluna social
Sem beiras 
Sem eiras
Aos ventos
Cerceados de obstáculos
Feito brilho e purpurinas
Feito estrelas
Feito bichos
Gente e respiração
Componentes do que são
Feito crianças sempre sinceras
Feito adultos deslumbrados
Feito crianças autenticas
Feito sábios.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Vou Ser Preso a Qualquer Momento, Só Esperando o Camburão.


Esse texto foi escrito em 25/04/ 2012 para http://blog.opovo.com.br/fisioterapiaesaude/
 
 
 
Meu crime ter estudado, caí nessa armadilha, até me arrependo, mas fazer o que? Meus pais sem nenhuma oportunidade na vida, acreditavam que o melhor para seus filhos era estudar, só não foram absolutamente infelizes nessa ideia, por que nos ensinaram também, algo imensurável , o valor do ser humano e o quanto devíamos nos dedicar ao próximo, essa talvez seja a grande diferença para as conquistas dos seus filhos em uma sociedade descartável e praticamente com valores absolutamente desrespeitosos em relação ao ser humano. Acabei de ler o que tinha sido especulado em benefício de uma rede credenciada de saúde aos profissionais de Fisioterapia, tínhamos recebido telefonemas, mensagens de otimismo por que agora tudo ia mudar. Talvez mudaria de fato, mas infelizmente as mudanças foram simplesmente terríveis. Antes mesmo da sentença judicial, já condenaram o fisioterapeuta não fazer mais parte dos profissionais capazes de exercer acupuntura, é por aquele velho motivo reserva de mercado, em que alguns médicos lutam desesperadamente, fiquei também chocado de agora por diante é a rede credenciada quem diz quanto tempo deve durar nossos atendimentos. Quanto aos valores, nossa mais triste ainda, por meros vinte oito reais, tem que sorrir, afinal a maioria paga dez e até sete reais e cinquenta centavos pelo atendimento do fisioterapeuta. O melhor disso tudo e nem tenho coragem de abri a internet enquanto digito esse texto, só para não saber a decisão do tal ato médico, esse ato, tira de vez qualquer autonomia dos profissionais da saúde. Os caminhos parecem está ficando cada vez mais estreitos, não temo, vou enfrentar, por que além de estudar e ser convicto do meu trabalho ser extremamente importante para saúde do indivíduo e da sociedade, estarei aonde quer que seja realizando, me entregando por inteiro, cuidando do ser humano seja na sua recuperação e ou mesmo na prevenção de sua saúde, essa é minha obstinação, minha crença e minha ciência através da Fisioterapia. Estarei trabalhando com afinco sem medo e sem pressa, as minhas armas respaldadas na ciência e não na hipocrisia dos grupos econômicos montados em suas avalanches lucrativas, pisando cruelmente na sociedade, fechem minhas portas, difamem a ciência a qual abraço fielmente, mande o camburão, deixem nos prender, mas jamais deixar de lutar por nossos ideais, hoje os que nos julgam já viveram de forma clandestina politicamente, tudo bem esqueceram, até servem de capachos aos cachoeiras da vida. Agora tenho certeza, fui cruel demais no início desse texto, meus pais acertaram, nada melhor que o conhecimento unido ao respeito humano, é, eles tinham razão, não chegaria aonde cheguei, não seria tão respeitado por tantos se não fosse a Fisioterapia e os ensinamentos dos meus pais somados aos dessa ciência. Esse reconhecimento é mensurável pelo corpo de fato malhado por quatorze horas de atendimentos diários, sem folga. Empresários, médicos, funcionários públicos e tantos outros profissionais que nos pagam e ainda nos agradecem, sem contar com os que nem condições financeiras tem para pagar, qualquer que seja o tratamento e no decorrer de nossa vida, ajudamos a recuperar suas funções. Nesse instante em que querem apagar a ciência da Fisioterapia, quero deixa claro, não acredito nessa possibilidade, nunca na história da humanidade, nenhum homem conseguiu apagar a verdade, tentaram omitir, mas tudo em seu tempo certo vem as claras. Dessa forma mande o camburão nos prender e isso nos vai fazer disseminar a verdade em lugares que talvez a medíocre condição de saúde brasileira reine, aos que querem uma verdadeira saúde para o Brasil, esses não podem acreditar nessa possibilidade sem comunhão de todos os profissionais da saúde juntos e integrados fazendo o melhor por nossa sociedade.

sábado, 29 de junho de 2013

Aos Meus Ouvidos Nelsom Mandela.



Sua palavra

Sua voz

seu sorriso

Liberdade

Sons fiéis

Músicas aos ouvidos dos sábios

Grito de alerta

Ópera viva

Negros

Brancos

Liberdade

eu ouço um canto

Uma voz

Algo sem definição

O Sorriso

A dança

A África

O Brasil

Oriente e Ocidente

O Senhor

Você

A paz

Sua ausência

Seu momento único

Seu silêncio

Uma grande multidão

Sua Voz

E para sempre

Eternamente.


A Cura Gay e a Cereja do Bolo


Vivemos um momento inusitado, acredito ser esse um processo formalmente e declarado de retrocesso no país, ao ponto de surgir manifestações, ordens e desordens em cada praça, em cada esquina e em avenidas. Entre construções com perfil desconstrutor, quando se refere a valores necessários as novas possibilidades sociais, pelo menos as que se fazem necessárias segundo os gritos nas ruas.

Lembro em minha adolescência,  ter feito um curso e se não me falha a memória chamava-se cartazista, nem mesmo sei, se escreve assim? Nem mesmo vou procurar se estou certo, afinal no tempo em que estamos vivendo, se eu tiver pisado na bola, vai da muito mais IBOPE, tem mais gente de olho nos erros do que em nossos acertos. Alguns meses atrás falava com amigos sobre a quantidade de cursos realizados e de nada serviam para tempos de hoje, bobagem minha, nunca se foi tão necessário saber fazer cartazes, mais que uma linguagem, uma manifestação, formas e fórmulas a mesma ouvida a tantos anos atrás.

Tão quanto os cartazes, são as necessidades surgidas e as esquecidas, como por exemplo na canção:
Se essa rua
Se essa rua fosse minha
Eu mandava
Eu mandava ladrilhar
Com pedrinhas
Com pedrinhas de brilhante
Só pra ver
Só pra ver meu bem passar.

Em tempos os quais tanto falamos, em bens finaceiros e patrimoniais, chegou a hora de zelar por um bem maior e esse é imensurável, o bem humano, esquecido por nossos políticos, mas mereceedores de ruas de brilhantes. Políticos também sofrem de amnesia, a diferença é que a nossa é indiscutivelmente infinita, enquanto a deles, os quais se chamam representação é delimitada de quatro em quatro anos. Mesmo assim temos um forte inseticida natural, O VOTO.

Continuem subestimando a capacidade desse povo e a resposta parece ter data e hora, já deram o grito de ordem, mesmo a desordem instalada, por indelinquentes da pátria minha, filho de uma classe média falida e de uma nova classe assistida, sem mesmo ter a experiência de ganhar por sí só seu pão de cada dia. Homens hipócritas, ditam leis, muitas vezes rídiculas, aproveitadores da calada da noite, aproveitam, o silêncio da noite ou o grito das ruas para aprovar e desaprovar leis que possam interferir na vida de seres humanos, chegam ao ponto de promover "cura gay", chegam ao ponto de construirem super estádios de futebol e não são capazes de olhar o que precisamos de fato. São capazes de colocarem a cereja no bolo, enquanto nem bolo conseguem fazer.

Vínicios de Morais e Toquinho, um em outra dimensão, o outro por aqui , não são apenas poetas e músicos, são profetas:

Era uma casa muito engraçada
não tinha teto, não tinha nada
ninguém podia entrar nela não
porque na casa não tinha chão

ninguém podia dormir na rede
Porque na casa não tinha parede.
Ninguém podia fazer pipi
porque penico não tinha ali
mas era feita com muito esmero
na rua dos bobos, número zero

Essa casa,  se chama Brasil.

sábado, 4 de maio de 2013

Vivendo saudades

Correndo feito louco

Feito lôdo

Empobrecido

Vagando

Buscando incertezas

Tão próximo

Tão distante

Feito liberdade

Feito adolescente

Feito criança entristecida

Feito adulto enlouquecido

Paredes entre caminhos

Todas pichadas

Pichações em forma de elogios

Frases picantes

Novidades

Feito dunas despoluídas

Feito destinos

Feito textos

Feito leitores indiferentes

Me curvar e agradecer

Sigo

Seguindo sombras

Vivendo Saudades

Sorrindo

Magoando a realidade

Procurando luz

Razão de viver

Apenas vivo.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Menina Júlia

Em 26 de dezembro de 1990, escreví a uma dos mais belos seres humanos que conheci na vida Júlia Angélica, extamente ás 17:30, um texto que se refere a saudade, mas sem dúvida nenhuma a coragem de uma jovem garota, ela foi ao mundo, sabe Deus o que passou, mas como diz o poeta Ivan Lins:

"Quero sua risada mais gostosa
Esse seu jeito de achar
Que a vida pode ser maravilhosa
Que a vida pode ser maravilhosa..."

 

Menina Julia

Gostavas de ser menina?

A vida a queria mulher

Seus caminhos abertos aos sonhos dos outros

Fostes em busca do seu próprio caminho

Portas fechadas

Risos falsos na pele da hipocresia humana

Você vai chegar diante de tí

Conseguir chegar longe

Ír muito mais longe

Bem mais longe  que seus olhos possam ver

Bem mais longe que seu coração mandar

Seu amor rompe barreiras

amor verdadeiro

Não existem barreiras

Não diga não as oportunidades

Amor não faz a feira

Oferece coragem e supera necessidades

Sua determinação

Sua vitória

Rasgando principios, construindo seu mundo

Espalhando dentro de tí

Sementes e esperança

Determinação, sua vitória

Rasgando regras, ordens e construindo nova vida

Mesmo em lembranças

Mesmo na criança que existe em você.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Hoje é apenas uma segunda feira. Não vou trabalhar.


Hoje é apenas uma segunda feira

Mal amanheceu já troquei as fronhas e lençóis

Ritual nos últimos dias, quem sabe uma rotina

Talvez algo de hoje por diante

Parece um ato simples, mas em meu contexto uma decisão

Também não vou trabalhar, mesmo sendo hoje segunda feira

Por um único motivo, por respeito

Mesmo em dias que me mostraram o que é estar sozinho, mesmo nunca estando

Telefonemas, mensagens, não, não estou só

Mesmo quando esse for meu desejo, mesmo assim sou cerceado de amor

Já tão cedo, mesmo sendo segunda feira, o telefone toca

A certeza, o amor incondicional

Sabe o amor?

Sei bem dele, como sei e assim me pronuncio

Um ser feliz

Nos últimos dias, precisei usar colírio, dormi mais cedo e ficar sozinho

Para abrir os olhos e enxergar um pouco mais o que já era tão nítido

Deixar pra traz sentimentos dos quais não necessito

Fazer do meu espaço uma bolha, me isolando de um tudo

Mesmo hoje sendo segunda feira quebro o novo cristal

Tomo novas decisões, volto atrás fecho portas e abro novas janelas

O sol já amanheceu e permaneço recuado no frio e no escuro que escolhi

Não tenho a menor dúvida de tantas segundas feiras que por mim serão vividas

Mesmo em dias difíceis apostei em um novo amor

Fui capaz de trocar fronhas e lençóis, serei muito mais capaz de viver novos dias

Novos amores, de encontrar velhos e novos amigos

Descobri em dias difíceis algo precioso, riqueza maior

Nunca estar sozinho

E hoje é apenas segunda feira e as palavras assim como a vida

Já me enchem de alegria, os meus olhos já estão bem abertos

E a vida me contempla do prazer de viver.

Fortaleza e um Luxo em seu Carnaval



Em um dia de Fortaleza ensolarada, logo cedo pacientes para atender, mesmo sendo segunda feira de carnaval, festa iniciada pela Europa, mas em solo brasileiro, apenas no século XX tornou-se-se popular, por curiosidade fui pesquisar qual primeira escola de samba e ela só surgiu em 1928, " Deixa Falar" , hoje Estácio de Sá. Os grandes movimentos sempre começam assim, vejam o caso do tropicalismo e suas inovações estéticas radicais, trazendo grandes mudanças comportamentais na música, cinema, teatro e artes plásticas. O Ceará tambem comunga com o mundo quando se trata de inovações, no Ceará foi criado a primeira Secretaria da Cultura no Brasil em 1966. Do Ceará tambem a primeira mulher na Academia Brasileira de Letras, Rachel de Queiroz, descendente pelo lado materno de José de Alenca.
Terra rica esse meu Ceará, tenho orgulho e honra da minha terra, da minha gente, do meu Cariri nem se fala, tempos de forró, reizado e grandes festas, lembro de muitas ao som de Luis Gonzaga, esse pernanbucano de Exú, mas não faltava nas segundas feiras a feira do Crato. Lembro de bater papo sentado no banco da praça Siqueira Campos com Patativa do Assaré, mas por onde andam as fotos? Guardadas em minha memória, tão ocupada com tais fatos, que não sei nomes de ruas e muito menos ainda dos números.
Recebi do amigo Cliff Villar, um dos maiores e ricos presentes, de sua concepção e lançado pelas Edições Démocrito Rocha, com organização de Ana Miranda essa encantadora cultural, por tudo que escreve, a "Coletânea de Crônicas da Rachel de Queiroz, um memento me chamou atenção, a crônica:
" Nobre Cidade do Crato" de 15.10 de 1953, talvez razão de me fazer sensivel as coisas das artes. "Bem empregado, pois quando se escalou a barreira do Araripe, tudo mudou de repente, o chão desolado ficou para trás, a chapada como que fez o velho caminhão criar asas – havia um perfume no ar, uma doçura, uma alegria – "é o cheiro do Crato que está ficando perto", gritou um dos passageiros do carro, saudoso e radiante."
Nessa linda cidade de cheiro próprio, aprendemos desde cedo o cheiro da cultura e hoje em novos tempos, assisto uma Fortaleza encantadora nas vozes de uns rapazes, encantados pela alegria de cantar, nem sei se cantam mas encantam em sua maestria, falo de carnaval, dos encantos, dos encontros do Ceará. Estava eu feito menino a pular pelas ruas de músicas muitas delas desconhecidas por mim, lembravam poesias e me faziam sentir e estar de:
"calça nova de riscado, paletó de linho branco, que até o mês passado, lá no campo ainda era flor, sob meu chapéu quebrado, o sorriso ingênuo e franco, de um rapaz novo encantado (Fagner)".
Eles batizaram um novo movimento musical e sem dúvida nenhuma vai conquistar o Brasil, surgindo das ruas do Benfica e de outro grande músico e poeta, Ednardo em suas letras nos diz:
"Eu sou a nata do lixo, eu sou o luxo da aldeia, eu sou do Ceará"
A esses novos e brilhantes músicos, o luxo de ser Luxo da Aldéia, rompendo barreiras e conquistando novas atitudes, no meio da multidão uma mãe e seus três filhos ainda crianças, em suas mãos algo lançava espumas, todos a reclamar, até a banda parou e se manifestou, contra. Mas o publico desse luxo pegou pelas mãos essas crianças e fez uma ciranda, outros colocaram em suas mãos confetes e serpentinas, as crianças ficaram felizes, a festa continuou, todos ainda devem estar na folia, sem medos, tudo tranquilo, a moça que vendia cerveja até me achou no meio da multidão para devolver o troco da cerveja, isso é Fortaleza, isso é o meu Ceará, isso é o Luxo da Aldeia.

domingo, 28 de abril de 2013

Sozinho.

"Sozinho" escreví em 23/08/1987  apenas 17 anos, tenho registrado o horário às 22:45min. Morava em conjunto habitacional, Rua 104, conhecido como casas populares no Crato, lembro dessa noite, bem como nesse instante, eram muitos os sonhos, muitos realizados e hoje em um deles, sinto o sabor de mais uma vez tornar realidade.
Estava sozinho, muito pouco tempo atrás

O vento em minha pele

o frio

Eu, sozinho

Ninguem, além de mim

Nem mesmo vultos

Apenas latidos

Nenhuma voz, nem olhares

Apenas eu, olhando de um lado para outro da rua

Sozinho

Sentado na calçada

Observando

Olhando o tudo e o nada

Plantas, coqueiros oscilantes aos ventos

Luzes artificiais

O céu estrelado

Milhões de pessoas sozinhas

Vidas entrelaças com a felicidade

Eu, a beira da calçada

Sozinho.




 

sábado, 27 de abril de 2013

O sonho de amor

Assisti minha propria fortaleza

O rosto era estranho

Linda mulher

O tempo a tornou mais linda

A paz e liberdade em mim florescer

Me joguei

Momentos inesquecíveis

Sem medos, inconsequentemente

Feito velhos românticos

Te enviei flores e cartas de amores

Beijos infinitos

A beleza desse amor

A beleza dessa mulher

Lágrimas surgiram

A fortaleza já não existe mais

O sonho de amor

Realidade e superação

Volto a ser só

Em mim, saudades.

Felicidade

Felicidade

 

Posso chorar, posso desistir

Sou forte, sou fraco

Guerreiro e menino

Tenho objetivo único

Felicidade

Posso sorrir, posso desisitir

Sou alegre, sou triste

Explosão e quase nada

O mesmo proposito

Felicidade

Posso perder, Posso ganhar

Sou simples, sou tenaz

Maroto e maduro

A prioridade na vida

Felicidade

domingo, 21 de abril de 2013

Não estou sozinho

Quando tudo estava triste
Quando tudo parecia frio
Quando tudo era matéria
Você, apareceu...
Sentimentos transformados
Único, assim te definiria
Quanto mais proibido
Fruto bonito
Nem sempre estou só
Tenho você
Quantas vezes pensei estar sozinho
Sentir sozinho
Você surge
Mesmo em sua ausência
Sei, tenho sua companhia
Tenho paz
Tenho coragem
Tenho medo
Sou só amor por você

Sou um cara muito feliz, tenho razões.

Sair do Crato e buscar o novo caminho teve seu preço, até minha mãe altamente decidida , vir de vez para Fortaleza, atitude que nos faz nos dias de hoje sermos maior como ser humano.

Quantas lembranças

Muitas emoções vividas

Tornam-se pequenas diante da saudade

Hoje em mim

A casa modesta e sempre alegre

Assistia de perto o esforço do homem amigo

Suas mãos divinas desgastadas pelo trabalho

O gole de cachaça acompanhando a simplicidade

O homem, meu amigo

Ouço sua voz trêmula por um orelhão

Sou feliz por saber, posso contar com você

Minhas decisões fazem dele um homem realizado

Meu velho pai, meu grande amigo

Se estou distante daquela patrol

É por sonhar um dia

Te oferecer alguma sombra

Tirar você da poeira do dia a dia

O corcel branco, o fusquinha lembram tardes de domingo

Seu prestígio, aumenta minha responsabilidade

Não vejo a hora de um novo abraço

De te dar um beijo e te deixar ainda mais tímido

Diante o seu machismo

Saudades de suas conversas

Nossos desintendimentos

É bom saber que posso contar com você sempre

Vou saindo

Volto jà

Sou um cara muito feliz, tenho razões

Sou seu filho

Viver é Brincar de Montanha Russa.


Ei menino lindo relaxa seu coração

De uma só vez e em uma única vez

Ví o seu olhar calmo e preciso

Indecisão, sofrimento e ambição

Parece conflito, necessidade de decisão.

Não, não é isso mesmo.

Assisti no mais profundo do seu olhar sonhos e desejos

Em algum momento falei, isso é diferente

Não foram expectativas novas que surgiram

Nem nenhuma esperança, aprendi com a vida esperar o tempo

O seu tempo não é o de agora, mas o que foi e o que tiver que vir

Não fique aflito, tem seu tempo

suas decisões, seus sonhos e suas realizações

Existem amores que um poeta definiu por ser estranhas

Já pagastes por um preço e todos que venham a ser cobrados

Ví em seus olhos o desejo, ser feliz.

Por um momento, ou por momentos que te sejam cobrados

Sem cobranças e nem permita que outros façam

Se jogue, a vida nada mais é que uma brinacadeira de montanha russa

Quando descer, abra e eleve os braços, se possível grite, vai ser mais fácil subir de novo

E assim procure viver, o outro tem grande importância

Por isso repeitar seja quem for, mesmo que nos tenha ferido, é algo sábio

Sabedoria deve ser a cada instante, em antigos ou novos amores

No sinal de trânsito, nos novos amigos e em todos os momentos.

sábado, 20 de abril de 2013

Em quatro paredes construi meu mundo.



O primeiro livro que me encantou, me fez sonhar e imaginar o mundo, foi em 1984, tinha 14 anos de idade, ele está bem na entrada da bolha ou lugar favorito em meu apartamento. O feijão e o sonho de Orígenes Lessa, na capa identifiquei com meu nome, em seguida registrei: Rua 104 , N° 85, casas populares. Endereço do sonho de meu pai, a casa própria, deixar o velho aluguel no esquecimento, rumo a conquista. Também quero registrar  a primeira vez que escreví, guardei até hoje, mesmo sendo estranho, foram as primeiras palavras de um menino sonhador.




O mundo em geral é um grande espaço

Cheio de indivíduos que sofrem ou que são felizes

O mundo em geral tem muitos poetas

Músicos, generais, jovens, desempregados e burgueses

O mundo em geral é cheio de homens e mulheres

Para subir na vida, passam a perna nos seus irmãos

Destroem-se uns aos outros

O mundo em geral é cheio de ódio

Amor, angústias, felicidades, surpresas, decepções e alegrias

as vezes a vida tem sabor de mel

Outras vezes sabor de fel

Em meu mundo, existe eu, quatro paredes, alguns livros espalhados e muitas idéias soltas

Em meu mundo, existem amores impossíveis

Em meu mundo, existem amores possíveis

Existem viagens fantásticas

Existem pensamentos gloriosos

Existem sonhos, alegrias, muitas felicidades

Quando saio do meu mundo e a realiadade me machuca

Volto ao meu mundo, sem ninguém ver, choro

Prendo as lágrimas, sem querer elas descem por minha face

Sou apenas um homem, jovem e adolescente

Não sou uma máquina, tenho sentimentos

Sou realista e machucado sou sentimental, sou romântico

Em um mundo  geral, sou vingativo, sinto raiva

Entre quatro paredes

Saio de mim

Desejo ser um poeta

Viemos todos enlatados

"Viemos todos enlatados" foi escrito no carnaval de 1986, o Crato tinha um grande carnaval, parece que com o tempo isso foi enfraquecendo, não tenho a menor idéia dos dias atuais, na época a droga era solta, eu sempre tive muito medo da dependência, nascí com overdose de liberdade, talvéz essa seja a principal inspiração para escrever sobre o tema.



Temer sermos grandes?

Diante de insignificante tamanho

Podemos ser muitos, mesmo sendo quase nada

Juventude treinada a ser alvo

Viemos todos enlatados

Medíocres gozam diante dos nossos rótulos

Fulgas, curvas, abismos abertos diante de nós

Quanta fumaça, quanto cheiro, quanta lombra

O que aparentamos? Eles fizeram assim...

Corpos entrelaçados, amassando seus jeans no meio da praça

A massa, a raça sem preconceito de nada

Motocicletas, cabelos loucos curtos ou longos

Mostrando perfíl, aparências que só enganam

Somos gelados diante do fogo

Somos o próprio fogo diante de congeladores

Não seguimos as fórmulas nos deixadas

Somos marcados por dores de quem não viveu

Tatuagens por todos os lados das nádegas

Os nús perdidos no centro da praça central

Os vestidos perdidos diante deles mesmos

Imoralidades servindo cárdapios na cabeça de quem nunca viveu

E nós puramente loucos

Enluquecidos jamais.

Um dia chego lá

Essa não foi datada, mas pelo que parece foi escrito entre 1984 a 1986, "Um dia chego lá" .





Sou o fruto

De um fruto

Esmagado pelo suor

Sou gente da terra

De uma terra sem gente

Meras demagogias

Devastam essa gente sem terra



Sou filho da lua

Sou cria da nua

Escravo do sol

Quanto mais quente, suo

Do pecado, o prazer

Do pouco que é certo

Paro e fico a duvidar




Ao olhar o horizonte

Perspectivas nos deixam a desejar

em busca de sombras

O sol vamos enfrentar

Caminhando adiante

Essa gente sem terra

Um dia chega lá

Juventude de hoje, retrato de outras

Escrito em 1985 ' Juventude de hoje, retrato de outras." Em minhas lembranças e querendo entender por que aos 15 anos escreví de uma forma meio revoltado, lembro bem do conformismo de minha geração, só pensavam no que hoje chamam de baladas, na época se chamava "sonzinho" sempre na casa de alguém, eu estava em todos, mas não me conformava e pós diatadura assumia o primeiro grêmio do colégio Diocesano do Crato, os jovens voltavam a questionar tudo em sua volta.



As pedras rolam sem perceber

Os amores cada dia mais perdidos

E eu buscando o futuro com traços do passado

E você brilha mesmo distante

A paz jogada aos trapos

Os homens os verdadeiros trapos da história

Os poetas ainda meditam o amor

Amor não acaba, transforma-se

Juventude de hoje, retratos de outras

Mordenidade, lembranças do passado

E eu uma gota d'agua no oceano

e você minha eterna criança

Ser criança é ser verdadeiro

Ser poeta, não é ser, é existir

Nos pensamentos de quem não pode ser

Uma senzala perdida em algum cais

E eu em busca de minha existência

E você minha sentença

Vou a Luta

"Vou a luta" foi escrito em um momento muito díficil, tinha 19 anos e saindo de casa, muitos dos amigos tinham feito isso e desistiram, não queriam perder a boa vida do Crato e eu sonhei tanto e se tornou realidade, fui abraçado e amado por essa Fortaleza tão cheia de problemas, minha Fortaleza a quem tenho tanto a agradecer, sua gente e seu reconhecimento.
Escrito em 1989 já em fortaleza, morava em um lugar que hoje seria exótico, mas era o que tinha e muitas histórias para contar. Sou um homem muito honrado por minha história. Na foto minha primeira residência em Fortaleza em 1989. Sucata Chico Alves .


Mais uma vez obstáculo, mais uma vez interrogação

Vou brigar, vou buscar mais uma vez o que eu quero

Ele alí do lado conseguiu mais uma vez o que eu quero, sem lutar

Não desisto, mais uma vez não quero o que não seja meu

Ele mais uma vez não se interessa e mais uma vez joga fora

E eu que tanto busco, mais uma vez arriscando a perder

Tudo naquele lado pode ser fácil

tudo nesse lado, muito díficil

Enfim ou mais uma vez vou a luta

Se ele ganhar, eu também posso ganhar

Se ele perder, mais uma vez posso vencer

Tenho minhas armas, força de espírito e boa vontade

Em tudo vejo a felicidade, o sorriso

Ele pobre coitado, sua felicidade já estava pronta

Sorriram por ele, mais uma vez chegou primeiro

E primeiro saiu, afinal já não precisa sorrí, ele chora

Meu sorriso custou lágrimas

Se as lágrimas o construiram é por que ontem chorei

Hoje mais uma vez posso sorrir

Vejo rostos sujos


Escreví " Vejo rostos sujos" aos 16 anos de idade, passaram 27 anos e as mesmas notícias, precisamos ser muito fortes para tentar entender ou simplesmente não entender a ignorância dos homens. Escrito 1986 Crato -Ce.


Mísseis orgulho traçando ignorâncias

Bombas químicas, bombas atômicas, o fim

O sorriso de uma criança afogado nas lágrimas do palhaço

Os brinquedos trocados por navalhas

O banho de sol trocados pelo banho de lua

Vejo rostos sujos

Neles, não consigo ver escrito o futuro

Perspectivas perdidas, debaixo dos viadutos

Não existem mais crianças?

Criam-se mostros?

Favelas, medo, frio as margens da vida

Meninos e meninas perdidas na lombra da cola

Sem brilho nenhum

O sonho Xuxa colorindo a vida na TV

Visto da calçada por algum menino buscando lixo

Pessoas no lixo vivendo o luxo

Enquanto verdadeiro luxo dorme no lixo

Calças rasgadas

Olhos sem brilhos

Navalhas ensanguentadas

Cassetetes, costas marcadas

Esse é o mundo racional da humanidade

Lágrimas nos olhos de quem busca outra realidade

Mágoas nos corações dos poetas

Ír a luta por todas as crianças

Hoje elas são animais em extinção

Saudades e esperança.

Escrito em 1984. A primeira dor de amor. Se é para recordar a foto fala tudo, as primeiras festas os primeiros  beijos e amores. Crato Tenis Clube




O inverno chegou

O natal se aproxima

Mas um ano chega ao fim

Quando lembro, juntos passamos essas emoções

E agora?

Você está distante

Nem sei se pensas em mim

Não sei se te ligo para desejar boas festas

Pode parecer pretestos para ouvir sua voz

Será que não é?

Só sei, seu nome está presente no meu eco

Mesmo assim continuamos distantes

Nesse natal quero de presente os seus olhos

Para ir de encontro aos meus

Transmitir confiança e alegrias que juntos passamos

Quem sabe a sua boca

Só assim meus lábios tocam nos seus

Só assim, posso dominar o meu eu

Me resta uma esperança

Se mais um ano chegou ao fim

É sinal que em apenas um amanhecer

Um novo ano nascerá

Nascendo uma nova vida

Nessa nova vida tudo pode acontecer

Inclusive VOCÊ

Na casa da Adísia Sá


Em 23/12/2009 para o blog http://blog.opovo.com.br/fisioterapiaesaude/


Estamos nos preparando para a grande festa do ano, o nascimento de Jesus, momento ímpar para o cristianismo, momento importante no qual devíamos nos convidar a refletir sobre nossos atos e atitudes, isso possivelmente não seja alcançado, por que todos correm ansiosamente, prova disso é o trânsito maluco nos últimos dias, sem falar nos shoppings e em tudo que envolva o consumismo, uma reação estimulada pela agressividade publicitária nessa época do ano,"temos que comprar", talvez seja esse o termo mais usado nesses tempos de festas. Não consigo estar envolvido nesse processo eufórico, mesmo assim, estou sendo interrompido agora mesmo, para ser comunicado: "os nossos funcionários ficaram felizes com as lembrancinhas de natal", dessa forma não posso ser o crítico do sorriso dos meus colaboradores ou do rosto estampado de alegria na criança diante do brinquedo novo, do pai de família ao receber cesta de alimentos. Façam a festa, essa é de todos os que sonham com a roupa nova, o carro do ano… Devemos investir na alegria de sonhar e nos emocionarmos realizando sonhos outros. Ouço nesse momento o DVD do Chico Buarque, Chico e as Cidades, nesse DVD ele fala no sonho de infância, morar na casa do Oscar, referindo–se a um projeto de Oscar Niemeyer para a residência da família Buarque de Holanda, sonho frustrado, Chico não pôde morar na casa do Oscar. Nesse ano de 2009, foi comemorado 80 anos de Adísia Sá, o jornal O Povo publicou um caderno especial sobre a mulher e profissional, o marco na nossa comunicação, perdi as contas de quantas vezes degustei do seu saber naquelas páginas em sua homenagem, frases fortes e identificadas em valores por mim admirados, posso citar: "Ninguém me toma de mim", ao mesmo tempo lembro uma frase de Chico "Música do tom é casa do Oscar". Na música ele encontrou a casa que um dia sonhou morar, no cuidar de pessoas busco encontrar a sabedoria da mestra Adísia, se Chico não realizou seu sonho em morar na casa de Oscar, quem sabe realizo o meu de ir bater um papo, tomar um café na casa da Adisia Sá.

E que todos em sua fé possam comemorar cada um do seu jeito, com seus valores essa grande festa.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Cruel Insônia.


Já é nascer do sol novamente, te vejo, bem como ao anoitecer

Tu foges por entre os dedos das mãos, deixando meus olhos arregalados

Causando tristeza, agonia e ansiedade

passam dias e noites, lua cheia, miguante e até o nascer do sol

Maltrantando a carne, o corpo, sem motivos aparentes

Perturbas e invade o espírito, enquanto busco te perder de vista

Apagando a luz e abraçando o conforto construído

Novamente nem aí para mim, feito criança arredia

feito amores esquecidos, cartas de amor não mais escritas

Seja ao meu lado o amor, seja sozinho

A luz de velas ou velas derretidas

Tú me manténs alerta e te vigiar

Muitos sofrem por sua causa, mesmo em caminhos diferentes

passos distantes, sem cantos de pássaros, sem olhos descansados

Não existem mais janelas e sim varandas de frente a outras luzes acesas

Lindas são as paisagens de um mesmo lugar, em forma de lua, sol, prédios e mar

Falo de tí, cruel insônia.

Por que eu sou JORGE ?

Um dia um amigo me ligou, queria ajuda, o casamento acabou, a vida estava uma merda. Ele dizia: ” Tudo o que eu queria na vida, era ser Jorge”. Sorrí diante tal depoimento, sou sempre assim um gozador, mesmo quando uso um Panamá, mesmo quando subo um vulcão, mesmo em lindos vales, nada importa, sou Jorge.

                                                                                                                                                                                                                                         Enquanto tantos lamentam, sou apenas Jorge. Um desses caras perdidos na vida, acreditando em tudo, em todos e não acreditando em ninguem. Fugindo dessa alegria comprada, uns chamam de natal, outros carnaval e eu buscando a avenida, cheio de risos e de alegria, tudo seguindo a risca,novas fantasias, novos rumos, novos desejos, vou seguindo o meu rumo, o meu caminho.
Muitos podem até atirarem pedras, criminalizar, descriminar ou oferecer flores e eu seguindo, sendo Jorge. No início queria ser poesia, virou texto qualquer, agora apenas finalizar, sem nenhum conteúdo, sem conceito, sem rimas ou versos. Mais um texto, feito vida que se desfaz, ou vidas que se encontram, feito beijo na boca, feito amores, feito gente.
Caminhando buscando algo, até já encontrei, perdi e encontrei de novo, feito palavras soltas, quebra cabeça complexo, mas de peça em peça, todo. O riso, a palavra e o compromisso, sou fato, existo e vivo de novo.
O medo não existe, não sei de onde a coragem, são raízes profundas, experiências e muitas poesias lidas, feito Jorge guerreiro, feito menino, feito gente querendo aprender no dia a dia, feito filho amado, feito construção e sabedoria. Vivendo em cada encanto, cada canto, sem deixar espaço, preenchendo o próprio mundo.
Sou assim, nem mesmo me conheço, mas quando cheguei ao mundo, recebí de início um compromisso, missão ou valor, ser Jorge e tenho sido, feito e vivido, menino , rebelde e um homem comprometido, com o que faz, com o que é, com tudo e com todos, feliz da vida, as vezes triste, mesmo assim, um menino.

Esse momento em minha vida.

 
 
Em 2012 ganhei da vida meu espaço, o que chamo de minha bolha, aonde só entra quem AMO, no meio dessa selva de pedras, mas com o intuito de plagiar , aquela velha voz de Elis.
 
“Eu quero uma casa no campo
Do tamanho ideal, pau-a-pique e sapé
Onde eu possa plantar meus amigos
Meus discos e livros e nada mais.”
 
Sou um desses arianos com ascendente em áries , ou seja legítimo, que sabe perder, mais sabe muito, muito mais desfrutar as CONQUISTAS. Nesses 18 anos de fisioterapeuta, falei, falei e poucos ouviram, pena poderia ser diferente, por que a ciência que abracei, ela apenas necessita de ética e resultados. Sou convicto, não aprendí sozinho, foram tantos os mestres e nos próximos dias falarei deles, com gratidão óbvio, mas melhor ainda com reconhecimento as suas bravuras, estou um quanto emotivo, por estar vivendo nesse momento o meu momento de vida, muito ou pouco tempo se passaram, mas me sinto extremamente feliz por essa caminhada. Posso olhar para todos os lados, dizer e gritar, minha coragem de amar e ser fisioterapeuta, respeitar cada ser humano que em mim acreditou, foram tantos e tantos, tantos ainda por vir, não tenho dúvidas vou viver cem anos, toda essa longividade que espero tem como componente: O outro.
 
Vivemos dias de discórdias, mentiras, viôlencia e desesperança, ninguem está olhando do lado, seja em suas famílias ou mesmo no trânsito, a televisão e os jornais sangram, quanta tristeza, pior que nada disso nos leva a lugar nenhum. Sou demasiadamente um otimista, sou sofredor também, pela ansiedade não só de ver um mundo melhor, mas também de fazer o melhor de mim mesmo.
 
Em 2013 ganharei da vida os 15 anos da FISIO VIDA, mais que uma clínica, um sonho sonhado com a mais brilhante virtude, cuidar do outro, mas com com uma única condição fazer do outro, um ser feliz. Um dia fui entrevistado por um consultor e ele me perguntou, o que era preciso para trabalhar comigo? Respondi imediatamente, quando você receber alguém, primeiro deve ouvir tudo que ele tem a dizer, passe muito tempo nessa fase, segundo seja lógico e pense rápido como vai resolver seu problema, seus limites ou que quer que seja, se achar que a solução está em outro profissional encaminhe rápidademente, teceiro passo faça esse ser humano sair do seu consultório, mesmo que ainda com limites ou dor, FELIZ. Seja por ter sido cuidado, seja por esperança em dias melhores, seja por ele ter visto em você um ser humano.
Nesse momento de minha vida só tenho a dizer MUITO OBRIGADO.

Às vezes semente, às vezes mofo. Enfim LIBERDADE.

 
Em busca do descanso mental e do próprio corpo, fugir por alguns dias, pode ser uma alternativa, melhor oficializar tamanha atitude e optar por férias, oferecer algum sentido diferente as pressões do dia a dia. O primeiro passo deve ser buscar o destino, quem sabe aproveitar as passagens daquele curso que ainda não terminou, o hotel estando pago é ainda melhor e sendo o destino a cidade maravilhosa, fica perfeito.
 
Então vamos decolar e ir ao encontro com as mais tradicionais praias, as mesmas que imortalizaram o poetinha e chamaram a atenção do mundo, novos ares, cabeça vazia, mesmo sendo convidado a emprestar o ombro ao amigo desiludido por conta do amor sofrido e separado, sendo capaz de ser cruel em dizer: tudo bem, foi assim, reveja ou retome, se não, se entregue nos braços da vida, a semente pode dar fruto, mas as vezes mofo. Conhecer novos lugares, a barra da Tijuca nos enche os olhos, tanto quanto Copacabana e Ipanema, fontes da Bossa Nova, talvez não tenha em seus frequentadores a mesma poesia, os interesses mudaram, as falas mudaram e os anseios também, mas tudo bem a praia encantadora e as pessoas exibindo seus belos corpos, trabalhados ou como dizem malhados.
 
 A juventude tem algo invejável, tudo ainda a tempo de mudar, seus gostos, seus olhares e suas mentes. Por mais uma vez escolhi o Flamengo para residir, mesmo sendo por poucos dias, seus casarões, seu aterro, bares e uma tradição de um Rio antigo por mim não vivido, mas sinto uma forte inveja de quem assim viveu. No quarto de hotel aparentemente reformado, carrega alguns aspectos do velho não tão bem cuidado, o que fazem nossas narinas chorar, seus donos esqueceram o quanto é importante à semente e investiram no mofo, sacrificando muitas vezes seus clientes.
No primeiro espetáculo assistido, uma viagem ao mundo de OZ, ele mesmo, o mágico escrito pelo norte americano Frank Baum em 1901, interpretado no teatro, em um belo musical por nossos artistas espetaculares, parecia algo infantil e nos deparamos com o inusitado, a cada cena, um gesto de generosidade, nos convidando a temas enriquecedores, nos chamando para entendermos o quanto somos corajosos, inteligentes e capazes de amar, a importância da família e do nosso lar. Do mundo de Oz fomos ao mundo da Lapa, ruas cheias, muita gente bonita, muita paquera, as diferentes músicas e tribos nos chamando a atenção, por nos oferecer mecanismos para não só analisarmos tantos comportamentos diferentes, quanto para fazer uma analogia entre o mundo e a nossa mente, chego a essa conclusão pelo fato de ter lido em um painel sobre signos: Áries é o signo de confusão mental. Voltemos a Lapa, mas agora vestindo e respirando o alternativo, conceituando assim a boa música, pelo menos aos meus ouvidos, ao som do Nicolás Farruggia esse veio nos abraçar e depois nos agradecer por estarmos dividindo o seu saber maior, fazer música. Um semeador de cultura, longe de o mofo estrelar e da condição pop star.
 
Não sou contra o mofo, muitas vezes é nele que ensaiamos os primeiros passos, mesmo sendo para sambar ou em busca de liberdade, podemos ir do samba ao rock, experimentar sabores e olhares. Podemos conhecer o novo, o desconhecido ou pelo menos imaginar, muitas vezes assistir escorrer em nossas mãos, sejam elas calejadas ou presas a símbolos que levam o homem a viver o amor romântico disseminado pela bastilha, em momentos inesperados, somos abordados e chamados de Sr. é apenas uma linda jovem nos pedindo para abrir sua garrafa de Gabriela, bebida contendo álcool, cravo e canela, não no intuito de se redimir mas continuando sua condição de jovem menina moça, talvez já mulher e educada, nos oferece a degustação da Gabriela, nos fazendo esquecer do Sr., no qual a pouco fomos tratados e nos permitir cairmos noite a fora, pensando estarmos no melhor da juventude.
 
No amanhecer a chuva nos convida há dormi um pouco mais, mesmo sendo dia ou noite, todos os momentos aproveitados no intuito de apagarmos a rotina, chega a hora de trocarmos novas ideias e incentivar a escrita, a poesia e a musica, ouvir novas músicas, interpretar novos artistas e estilos, prometendo a si mesmo, não fechar nenhuma porta seja para criatividade ou para vida. Em um novo amanhecer é chegado à hora de começarmos a nos despedir dos dias encantadores, caminhar de pés nus em areias de águas frias, se sentir um disseminador de confusão mental, seja por estratégia de defesa ou por conquista de algo desconhecido, mas apenas com um intuito de plantar uma semente sem medo de em muitas outras circunstâncias e essas sejam capazes de causar dor ou constrangimento e transformar tudo em mofo. Voltar ao mundo de Oz reaprender a coragem, acreditar na melhor produção do cérebro: a sabedoria. Sendo capaz de amar sem restrições, o importante nesse momento é não estarmos passando por nenhum tornado, apenas sobrevoando os céus e em poucos instantes, estaremos de volta a nossa casa e assim vivenciando o mais glorioso na vida, nosso lar, nossa família.
 
Qualquer dia, voltamos a contemplar o Cristo de braços abertos nos ensinando o quanto vale sermos livres, projetando sentimentos maravilhosos, mesmo sendo esses os mais sinceros, devem ser guardados a sete chaves, dessa forma não podemos de forma alguma deixar espaços para magoas, tristezas e rancores, apenas para nos proporcionar felicidade.

Hoje é apenas uma segunda feira, não vou trabalhar.



Hoje é apenas uma segunda feira

Mal amanheceu já troquei as fronhas e lençóis

Ritual nos últimos dias, quem sabe uma rotina

Talvez algo de hoje por diante

Parece um ato simples, mas em meu contexto uma decisão

Também não vou trabalhar, mesmo sendo hoje segunda feira

Por um único motivo, por respeito

Mesmo em dias que me mostraram o que é estar sozinho, mesmo nunca estando

Telefonemas, mensagens, não, não estou só

Mesmo quando esse for meu desejo, mesmo assim sou cerceado de amor

Já tão cedo, mesmo sendo segunda feira, o telefone toca

A certeza, o amor incondicional

Sabe o amor?

Sei bem dele, como sei e assim me pronuncio

Um ser feliz

Nos últimos dias, precisei usar colírio, dormi mais cedo e ficar sozinho

Para abrir os olhos e enxergar um pouco mais o que já era tão nítido

Deixar pra traz sentimentos dos quais não necessito

Fazer do meu espaço uma bolha, me isolando de um tudo

Mesmo hoje sendo segunda feira quebro o novo cristal

Tomo novas decisões, volto atrás fecho portas e abro novas janelas

O sol já amanheceu e permaneço recuado no frio e no escuro que escolhi

Não tenho a menor dúvida de tantas segundas feiras que por mim serão vividas

Mesmo em dias difíceis apostei em um novo amor

Fui capaz de trocar fronhas e lençóis, serei muito mais capaz de viver novos dias

Novos amores, de encontrar velhos e novos amigos

Descobri em dias difíceis algo precioso, riqueza maior

Nunca estar sozinho

E hoje é apenas segunda feira e as palavras assim como a vida

Já me enchem de alegria, os meus olhos já estão bem abertos

E a vida me contempla do prazer de viver.

Eu Penso, mesmo assim.

 
Eu penso, mesmo assim, quando tudo parece em vão
Fujo, corro, chego ir ao desespero, só não quero chegar a lugar nenhum
Mesmo assim, insisto, minha objetividade, meu foco, meus interesses
Não posso deixar de falar da tal vaidade, arma perigosa
Arrisco, atiro e me desobedeço.
Sempre fui assim, ativo e com olhos arregalados para vida,
Mesmo assim, sofro, tenho meus limites, em ocasiões sejam vitórias ou sejam fracassos
Carrego em mim, minha única certeza, a vontade de acertar
Mesmo assim, erro alvos, acerto alguma vezes, erro de novo
Vou longe, mesmo muito perto, não saiu do lugar
Quero meus inimigos, se é que os tenho por perto, juntos aos amigos que considero
Continuo, vou ascender fogueiras e apagar o fogo que queima sentimentos valorizados
Ser de verdade, existir no coração do outro que agradece
Agradecer a vida, nela existir, existindo para outros, sendo minhas verdades
Caminho, pode ser solitário, mesmo assim, quero caminhar
Estender as mãos, abrir os braços, oferecer um abraço
Não me importa, vou caminhando e em minhas fácies, o sorriso aberto
A palavra aberta, o sentimento leal e o desejo de novos dias, a quem quer que seja
Sem o compromisso, sem sentença e ao mesmo tempo justificando o silêncio
De quem muito amou, e muito sabe o que tem de amar.

Tenho raízes.




Nada de pressa
Eu nasci às 22h10min de 31 de março de 1970
Ela por esse Instante já sentia dor, estava apavorada, já era madrugada
Um dia inteiro de dor, só ela sabia o quanto sofria.
Avisou ao médico não quero mais.
Mas segundo o Dr. Chamado Helton.
Teria que vir ao mundo, seja como fosse
Então eu vim, na hora certa
Mesmo quando nem hoje entendo qual a hora certa
Cheguei chorando tanto, que causava desespero
E ela que pensava que era  apenas a dor, foram noites e noites em claro
Por felicidade ela o tinha, seu companheiro, presente cheio de amor e de medos
E assim vim ao mundo, dessa forma acredito na felicidade.
Depois de poucos anos veio uma menina
Não seria apenas uma irmã, veio meu anjo da guarda
Hoje vivemos cada instante
Mesmo com tantas alegrias e tantas tristezas
Talvez um livro
Talvez um poema
Talvez uma música
Só sei de verdade, o nosso viver era só amor, melhor dizer nos amamos a cada dia mais
Por tamanha simplicidade
Por tamanha alegria
O que sei e o que posso afirmar
Estou aqui e passaram 42 anos
Dessa forma só me resta dizer, sou feliz
Busco dentro de mim a cada dia ser apenas um ser humano
Tenho raízes.

Segurança Vulnerável

Nunca se investiu tanto em segurança privada e cada vez mais nos tornamos reféns de nossos próprios medos e dos nossos próprios muros, além de fugirmos da violência, construímos  o circuito solitário em busca de privacidade. Já não se sabe  quem são os vizinhos , não existem os muros baixos e praças publicas,  em outros tempos a cadeira na calçada, a visita surpresa  aos amigos, o bom dia, o bate papo na banca de revista, tudo isso fazem  parte de um passado quase lendário,  mas o que houve de fato em nossa sociedade?  Modificamos  velhos hábitos por conta da violência ou estamos submetidos a violência por que mudamos nossos costumes? 
 
A nossa Fortaleza insanamente envolvida em construções voluptuosas de prédios cada vez mais modernos e com grandes áreas de lazer, em total isolamento com o outro lado da rua, muitas vezes desapropriados e oferecendo condições dos que vivem marginalizados criarem suas próprias leis, nelas uma vida e  um par de tênis  tem a mesma proporção de valor. Será que não é chegado a hora de nos questionarmos  como sociedade? Ou será melhor vivermos presos em muros  cercados de câmaras, cercas elétricas, seguranças particulares, portões automáticos  e carros blindados, fomentando a idéia dos que se sentem marginalizados a serem ainda mais perigosos. Por que é preciso a próxima tragédia para nos reunir, vestir roupas brancas e pedir pela paz? E  todo esse arsenal  de proteção o quanto é benéfico e o  quanto nos deixa vulnerável?  Certamente não podemos isentar nossos gestores públicos dos seus deveres e temos que admitir a  grande falha de inteligência nas resoluções dos problemas de segurança publica, ao mesmo tempo, não custa  entendermos o quanto somos importantes nesse processo de valorização humana, principalmente quando se trata de tão violenta diferença social, muito se fala da diminuição de indigentes e que cada vez mais saímos da linha da  pobreza, mas não podemos esquecer,  esse fato está relacionado a bens de consumo e não ao educacional, tornando-se ainda  muito mais perigoso. 
 
A televisão na sala dos que ontem nada tinham, enchem os olhos de desejos  e falsos sonhos aos que são cegos de  conhecimentos, então olho  por olho,  dente por dente, nada contra termos  melhores condições de vida até porque muitos dos crimes ocorridos estão fortemente  enraizados nas classes econômicas abastardas  e assim os jornais impressos pesam em nossas mãos por tamanhas manchetes de crimes bárbaros, a televisão nos causa náuseas discorrendo minuciosamente cada detalhe de como torturar, matar e até jogar  seres  humanos aos cães.  Vejam só:  o que era para ser circo no momento de lazer em nossos lares como  as novelas por exemplo, são verdadeiras aulas de criminalidade, instigando a deslealdade e a falta de amor ao  próximo, investindo de forma insistente:   o viva esse momento e os outros nada importam, como fórmula de felicidade, promovendo a intolerância .  Vivemos momentos de tristezas  com o alto índice de violência e podemos até aceitar os fatos tristes , esses fazem parte da vida, desde que possamos acreditar na alegria de viver e ao mesmo tempo possamos construir relações humanas alicerçadas na solidariedade.