segunda-feira, 29 de abril de 2013

Hoje é apenas uma segunda feira. Não vou trabalhar.


Hoje é apenas uma segunda feira

Mal amanheceu já troquei as fronhas e lençóis

Ritual nos últimos dias, quem sabe uma rotina

Talvez algo de hoje por diante

Parece um ato simples, mas em meu contexto uma decisão

Também não vou trabalhar, mesmo sendo hoje segunda feira

Por um único motivo, por respeito

Mesmo em dias que me mostraram o que é estar sozinho, mesmo nunca estando

Telefonemas, mensagens, não, não estou só

Mesmo quando esse for meu desejo, mesmo assim sou cerceado de amor

Já tão cedo, mesmo sendo segunda feira, o telefone toca

A certeza, o amor incondicional

Sabe o amor?

Sei bem dele, como sei e assim me pronuncio

Um ser feliz

Nos últimos dias, precisei usar colírio, dormi mais cedo e ficar sozinho

Para abrir os olhos e enxergar um pouco mais o que já era tão nítido

Deixar pra traz sentimentos dos quais não necessito

Fazer do meu espaço uma bolha, me isolando de um tudo

Mesmo hoje sendo segunda feira quebro o novo cristal

Tomo novas decisões, volto atrás fecho portas e abro novas janelas

O sol já amanheceu e permaneço recuado no frio e no escuro que escolhi

Não tenho a menor dúvida de tantas segundas feiras que por mim serão vividas

Mesmo em dias difíceis apostei em um novo amor

Fui capaz de trocar fronhas e lençóis, serei muito mais capaz de viver novos dias

Novos amores, de encontrar velhos e novos amigos

Descobri em dias difíceis algo precioso, riqueza maior

Nunca estar sozinho

E hoje é apenas segunda feira e as palavras assim como a vida

Já me enchem de alegria, os meus olhos já estão bem abertos

E a vida me contempla do prazer de viver.

Fortaleza e um Luxo em seu Carnaval



Em um dia de Fortaleza ensolarada, logo cedo pacientes para atender, mesmo sendo segunda feira de carnaval, festa iniciada pela Europa, mas em solo brasileiro, apenas no século XX tornou-se-se popular, por curiosidade fui pesquisar qual primeira escola de samba e ela só surgiu em 1928, " Deixa Falar" , hoje Estácio de Sá. Os grandes movimentos sempre começam assim, vejam o caso do tropicalismo e suas inovações estéticas radicais, trazendo grandes mudanças comportamentais na música, cinema, teatro e artes plásticas. O Ceará tambem comunga com o mundo quando se trata de inovações, no Ceará foi criado a primeira Secretaria da Cultura no Brasil em 1966. Do Ceará tambem a primeira mulher na Academia Brasileira de Letras, Rachel de Queiroz, descendente pelo lado materno de José de Alenca.
Terra rica esse meu Ceará, tenho orgulho e honra da minha terra, da minha gente, do meu Cariri nem se fala, tempos de forró, reizado e grandes festas, lembro de muitas ao som de Luis Gonzaga, esse pernanbucano de Exú, mas não faltava nas segundas feiras a feira do Crato. Lembro de bater papo sentado no banco da praça Siqueira Campos com Patativa do Assaré, mas por onde andam as fotos? Guardadas em minha memória, tão ocupada com tais fatos, que não sei nomes de ruas e muito menos ainda dos números.
Recebi do amigo Cliff Villar, um dos maiores e ricos presentes, de sua concepção e lançado pelas Edições Démocrito Rocha, com organização de Ana Miranda essa encantadora cultural, por tudo que escreve, a "Coletânea de Crônicas da Rachel de Queiroz, um memento me chamou atenção, a crônica:
" Nobre Cidade do Crato" de 15.10 de 1953, talvez razão de me fazer sensivel as coisas das artes. "Bem empregado, pois quando se escalou a barreira do Araripe, tudo mudou de repente, o chão desolado ficou para trás, a chapada como que fez o velho caminhão criar asas – havia um perfume no ar, uma doçura, uma alegria – "é o cheiro do Crato que está ficando perto", gritou um dos passageiros do carro, saudoso e radiante."
Nessa linda cidade de cheiro próprio, aprendemos desde cedo o cheiro da cultura e hoje em novos tempos, assisto uma Fortaleza encantadora nas vozes de uns rapazes, encantados pela alegria de cantar, nem sei se cantam mas encantam em sua maestria, falo de carnaval, dos encantos, dos encontros do Ceará. Estava eu feito menino a pular pelas ruas de músicas muitas delas desconhecidas por mim, lembravam poesias e me faziam sentir e estar de:
"calça nova de riscado, paletó de linho branco, que até o mês passado, lá no campo ainda era flor, sob meu chapéu quebrado, o sorriso ingênuo e franco, de um rapaz novo encantado (Fagner)".
Eles batizaram um novo movimento musical e sem dúvida nenhuma vai conquistar o Brasil, surgindo das ruas do Benfica e de outro grande músico e poeta, Ednardo em suas letras nos diz:
"Eu sou a nata do lixo, eu sou o luxo da aldeia, eu sou do Ceará"
A esses novos e brilhantes músicos, o luxo de ser Luxo da Aldéia, rompendo barreiras e conquistando novas atitudes, no meio da multidão uma mãe e seus três filhos ainda crianças, em suas mãos algo lançava espumas, todos a reclamar, até a banda parou e se manifestou, contra. Mas o publico desse luxo pegou pelas mãos essas crianças e fez uma ciranda, outros colocaram em suas mãos confetes e serpentinas, as crianças ficaram felizes, a festa continuou, todos ainda devem estar na folia, sem medos, tudo tranquilo, a moça que vendia cerveja até me achou no meio da multidão para devolver o troco da cerveja, isso é Fortaleza, isso é o meu Ceará, isso é o Luxo da Aldeia.

domingo, 28 de abril de 2013

Sozinho.

"Sozinho" escreví em 23/08/1987  apenas 17 anos, tenho registrado o horário às 22:45min. Morava em conjunto habitacional, Rua 104, conhecido como casas populares no Crato, lembro dessa noite, bem como nesse instante, eram muitos os sonhos, muitos realizados e hoje em um deles, sinto o sabor de mais uma vez tornar realidade.
Estava sozinho, muito pouco tempo atrás

O vento em minha pele

o frio

Eu, sozinho

Ninguem, além de mim

Nem mesmo vultos

Apenas latidos

Nenhuma voz, nem olhares

Apenas eu, olhando de um lado para outro da rua

Sozinho

Sentado na calçada

Observando

Olhando o tudo e o nada

Plantas, coqueiros oscilantes aos ventos

Luzes artificiais

O céu estrelado

Milhões de pessoas sozinhas

Vidas entrelaças com a felicidade

Eu, a beira da calçada

Sozinho.




 

sábado, 27 de abril de 2013

O sonho de amor

Assisti minha propria fortaleza

O rosto era estranho

Linda mulher

O tempo a tornou mais linda

A paz e liberdade em mim florescer

Me joguei

Momentos inesquecíveis

Sem medos, inconsequentemente

Feito velhos românticos

Te enviei flores e cartas de amores

Beijos infinitos

A beleza desse amor

A beleza dessa mulher

Lágrimas surgiram

A fortaleza já não existe mais

O sonho de amor

Realidade e superação

Volto a ser só

Em mim, saudades.

Felicidade

Felicidade

 

Posso chorar, posso desistir

Sou forte, sou fraco

Guerreiro e menino

Tenho objetivo único

Felicidade

Posso sorrir, posso desisitir

Sou alegre, sou triste

Explosão e quase nada

O mesmo proposito

Felicidade

Posso perder, Posso ganhar

Sou simples, sou tenaz

Maroto e maduro

A prioridade na vida

Felicidade

domingo, 21 de abril de 2013

Não estou sozinho

Quando tudo estava triste
Quando tudo parecia frio
Quando tudo era matéria
Você, apareceu...
Sentimentos transformados
Único, assim te definiria
Quanto mais proibido
Fruto bonito
Nem sempre estou só
Tenho você
Quantas vezes pensei estar sozinho
Sentir sozinho
Você surge
Mesmo em sua ausência
Sei, tenho sua companhia
Tenho paz
Tenho coragem
Tenho medo
Sou só amor por você

Sou um cara muito feliz, tenho razões.

Sair do Crato e buscar o novo caminho teve seu preço, até minha mãe altamente decidida , vir de vez para Fortaleza, atitude que nos faz nos dias de hoje sermos maior como ser humano.

Quantas lembranças

Muitas emoções vividas

Tornam-se pequenas diante da saudade

Hoje em mim

A casa modesta e sempre alegre

Assistia de perto o esforço do homem amigo

Suas mãos divinas desgastadas pelo trabalho

O gole de cachaça acompanhando a simplicidade

O homem, meu amigo

Ouço sua voz trêmula por um orelhão

Sou feliz por saber, posso contar com você

Minhas decisões fazem dele um homem realizado

Meu velho pai, meu grande amigo

Se estou distante daquela patrol

É por sonhar um dia

Te oferecer alguma sombra

Tirar você da poeira do dia a dia

O corcel branco, o fusquinha lembram tardes de domingo

Seu prestígio, aumenta minha responsabilidade

Não vejo a hora de um novo abraço

De te dar um beijo e te deixar ainda mais tímido

Diante o seu machismo

Saudades de suas conversas

Nossos desintendimentos

É bom saber que posso contar com você sempre

Vou saindo

Volto jà

Sou um cara muito feliz, tenho razões

Sou seu filho

Viver é Brincar de Montanha Russa.


Ei menino lindo relaxa seu coração

De uma só vez e em uma única vez

Ví o seu olhar calmo e preciso

Indecisão, sofrimento e ambição

Parece conflito, necessidade de decisão.

Não, não é isso mesmo.

Assisti no mais profundo do seu olhar sonhos e desejos

Em algum momento falei, isso é diferente

Não foram expectativas novas que surgiram

Nem nenhuma esperança, aprendi com a vida esperar o tempo

O seu tempo não é o de agora, mas o que foi e o que tiver que vir

Não fique aflito, tem seu tempo

suas decisões, seus sonhos e suas realizações

Existem amores que um poeta definiu por ser estranhas

Já pagastes por um preço e todos que venham a ser cobrados

Ví em seus olhos o desejo, ser feliz.

Por um momento, ou por momentos que te sejam cobrados

Sem cobranças e nem permita que outros façam

Se jogue, a vida nada mais é que uma brinacadeira de montanha russa

Quando descer, abra e eleve os braços, se possível grite, vai ser mais fácil subir de novo

E assim procure viver, o outro tem grande importância

Por isso repeitar seja quem for, mesmo que nos tenha ferido, é algo sábio

Sabedoria deve ser a cada instante, em antigos ou novos amores

No sinal de trânsito, nos novos amigos e em todos os momentos.

sábado, 20 de abril de 2013

Em quatro paredes construi meu mundo.



O primeiro livro que me encantou, me fez sonhar e imaginar o mundo, foi em 1984, tinha 14 anos de idade, ele está bem na entrada da bolha ou lugar favorito em meu apartamento. O feijão e o sonho de Orígenes Lessa, na capa identifiquei com meu nome, em seguida registrei: Rua 104 , N° 85, casas populares. Endereço do sonho de meu pai, a casa própria, deixar o velho aluguel no esquecimento, rumo a conquista. Também quero registrar  a primeira vez que escreví, guardei até hoje, mesmo sendo estranho, foram as primeiras palavras de um menino sonhador.




O mundo em geral é um grande espaço

Cheio de indivíduos que sofrem ou que são felizes

O mundo em geral tem muitos poetas

Músicos, generais, jovens, desempregados e burgueses

O mundo em geral é cheio de homens e mulheres

Para subir na vida, passam a perna nos seus irmãos

Destroem-se uns aos outros

O mundo em geral é cheio de ódio

Amor, angústias, felicidades, surpresas, decepções e alegrias

as vezes a vida tem sabor de mel

Outras vezes sabor de fel

Em meu mundo, existe eu, quatro paredes, alguns livros espalhados e muitas idéias soltas

Em meu mundo, existem amores impossíveis

Em meu mundo, existem amores possíveis

Existem viagens fantásticas

Existem pensamentos gloriosos

Existem sonhos, alegrias, muitas felicidades

Quando saio do meu mundo e a realiadade me machuca

Volto ao meu mundo, sem ninguém ver, choro

Prendo as lágrimas, sem querer elas descem por minha face

Sou apenas um homem, jovem e adolescente

Não sou uma máquina, tenho sentimentos

Sou realista e machucado sou sentimental, sou romântico

Em um mundo  geral, sou vingativo, sinto raiva

Entre quatro paredes

Saio de mim

Desejo ser um poeta

Viemos todos enlatados

"Viemos todos enlatados" foi escrito no carnaval de 1986, o Crato tinha um grande carnaval, parece que com o tempo isso foi enfraquecendo, não tenho a menor idéia dos dias atuais, na época a droga era solta, eu sempre tive muito medo da dependência, nascí com overdose de liberdade, talvéz essa seja a principal inspiração para escrever sobre o tema.



Temer sermos grandes?

Diante de insignificante tamanho

Podemos ser muitos, mesmo sendo quase nada

Juventude treinada a ser alvo

Viemos todos enlatados

Medíocres gozam diante dos nossos rótulos

Fulgas, curvas, abismos abertos diante de nós

Quanta fumaça, quanto cheiro, quanta lombra

O que aparentamos? Eles fizeram assim...

Corpos entrelaçados, amassando seus jeans no meio da praça

A massa, a raça sem preconceito de nada

Motocicletas, cabelos loucos curtos ou longos

Mostrando perfíl, aparências que só enganam

Somos gelados diante do fogo

Somos o próprio fogo diante de congeladores

Não seguimos as fórmulas nos deixadas

Somos marcados por dores de quem não viveu

Tatuagens por todos os lados das nádegas

Os nús perdidos no centro da praça central

Os vestidos perdidos diante deles mesmos

Imoralidades servindo cárdapios na cabeça de quem nunca viveu

E nós puramente loucos

Enluquecidos jamais.

Um dia chego lá

Essa não foi datada, mas pelo que parece foi escrito entre 1984 a 1986, "Um dia chego lá" .





Sou o fruto

De um fruto

Esmagado pelo suor

Sou gente da terra

De uma terra sem gente

Meras demagogias

Devastam essa gente sem terra



Sou filho da lua

Sou cria da nua

Escravo do sol

Quanto mais quente, suo

Do pecado, o prazer

Do pouco que é certo

Paro e fico a duvidar




Ao olhar o horizonte

Perspectivas nos deixam a desejar

em busca de sombras

O sol vamos enfrentar

Caminhando adiante

Essa gente sem terra

Um dia chega lá

Juventude de hoje, retrato de outras

Escrito em 1985 ' Juventude de hoje, retrato de outras." Em minhas lembranças e querendo entender por que aos 15 anos escreví de uma forma meio revoltado, lembro bem do conformismo de minha geração, só pensavam no que hoje chamam de baladas, na época se chamava "sonzinho" sempre na casa de alguém, eu estava em todos, mas não me conformava e pós diatadura assumia o primeiro grêmio do colégio Diocesano do Crato, os jovens voltavam a questionar tudo em sua volta.



As pedras rolam sem perceber

Os amores cada dia mais perdidos

E eu buscando o futuro com traços do passado

E você brilha mesmo distante

A paz jogada aos trapos

Os homens os verdadeiros trapos da história

Os poetas ainda meditam o amor

Amor não acaba, transforma-se

Juventude de hoje, retratos de outras

Mordenidade, lembranças do passado

E eu uma gota d'agua no oceano

e você minha eterna criança

Ser criança é ser verdadeiro

Ser poeta, não é ser, é existir

Nos pensamentos de quem não pode ser

Uma senzala perdida em algum cais

E eu em busca de minha existência

E você minha sentença

Vou a Luta

"Vou a luta" foi escrito em um momento muito díficil, tinha 19 anos e saindo de casa, muitos dos amigos tinham feito isso e desistiram, não queriam perder a boa vida do Crato e eu sonhei tanto e se tornou realidade, fui abraçado e amado por essa Fortaleza tão cheia de problemas, minha Fortaleza a quem tenho tanto a agradecer, sua gente e seu reconhecimento.
Escrito em 1989 já em fortaleza, morava em um lugar que hoje seria exótico, mas era o que tinha e muitas histórias para contar. Sou um homem muito honrado por minha história. Na foto minha primeira residência em Fortaleza em 1989. Sucata Chico Alves .


Mais uma vez obstáculo, mais uma vez interrogação

Vou brigar, vou buscar mais uma vez o que eu quero

Ele alí do lado conseguiu mais uma vez o que eu quero, sem lutar

Não desisto, mais uma vez não quero o que não seja meu

Ele mais uma vez não se interessa e mais uma vez joga fora

E eu que tanto busco, mais uma vez arriscando a perder

Tudo naquele lado pode ser fácil

tudo nesse lado, muito díficil

Enfim ou mais uma vez vou a luta

Se ele ganhar, eu também posso ganhar

Se ele perder, mais uma vez posso vencer

Tenho minhas armas, força de espírito e boa vontade

Em tudo vejo a felicidade, o sorriso

Ele pobre coitado, sua felicidade já estava pronta

Sorriram por ele, mais uma vez chegou primeiro

E primeiro saiu, afinal já não precisa sorrí, ele chora

Meu sorriso custou lágrimas

Se as lágrimas o construiram é por que ontem chorei

Hoje mais uma vez posso sorrir

Vejo rostos sujos


Escreví " Vejo rostos sujos" aos 16 anos de idade, passaram 27 anos e as mesmas notícias, precisamos ser muito fortes para tentar entender ou simplesmente não entender a ignorância dos homens. Escrito 1986 Crato -Ce.


Mísseis orgulho traçando ignorâncias

Bombas químicas, bombas atômicas, o fim

O sorriso de uma criança afogado nas lágrimas do palhaço

Os brinquedos trocados por navalhas

O banho de sol trocados pelo banho de lua

Vejo rostos sujos

Neles, não consigo ver escrito o futuro

Perspectivas perdidas, debaixo dos viadutos

Não existem mais crianças?

Criam-se mostros?

Favelas, medo, frio as margens da vida

Meninos e meninas perdidas na lombra da cola

Sem brilho nenhum

O sonho Xuxa colorindo a vida na TV

Visto da calçada por algum menino buscando lixo

Pessoas no lixo vivendo o luxo

Enquanto verdadeiro luxo dorme no lixo

Calças rasgadas

Olhos sem brilhos

Navalhas ensanguentadas

Cassetetes, costas marcadas

Esse é o mundo racional da humanidade

Lágrimas nos olhos de quem busca outra realidade

Mágoas nos corações dos poetas

Ír a luta por todas as crianças

Hoje elas são animais em extinção

Saudades e esperança.

Escrito em 1984. A primeira dor de amor. Se é para recordar a foto fala tudo, as primeiras festas os primeiros  beijos e amores. Crato Tenis Clube




O inverno chegou

O natal se aproxima

Mas um ano chega ao fim

Quando lembro, juntos passamos essas emoções

E agora?

Você está distante

Nem sei se pensas em mim

Não sei se te ligo para desejar boas festas

Pode parecer pretestos para ouvir sua voz

Será que não é?

Só sei, seu nome está presente no meu eco

Mesmo assim continuamos distantes

Nesse natal quero de presente os seus olhos

Para ir de encontro aos meus

Transmitir confiança e alegrias que juntos passamos

Quem sabe a sua boca

Só assim meus lábios tocam nos seus

Só assim, posso dominar o meu eu

Me resta uma esperança

Se mais um ano chegou ao fim

É sinal que em apenas um amanhecer

Um novo ano nascerá

Nascendo uma nova vida

Nessa nova vida tudo pode acontecer

Inclusive VOCÊ

Na casa da Adísia Sá


Em 23/12/2009 para o blog http://blog.opovo.com.br/fisioterapiaesaude/


Estamos nos preparando para a grande festa do ano, o nascimento de Jesus, momento ímpar para o cristianismo, momento importante no qual devíamos nos convidar a refletir sobre nossos atos e atitudes, isso possivelmente não seja alcançado, por que todos correm ansiosamente, prova disso é o trânsito maluco nos últimos dias, sem falar nos shoppings e em tudo que envolva o consumismo, uma reação estimulada pela agressividade publicitária nessa época do ano,"temos que comprar", talvez seja esse o termo mais usado nesses tempos de festas. Não consigo estar envolvido nesse processo eufórico, mesmo assim, estou sendo interrompido agora mesmo, para ser comunicado: "os nossos funcionários ficaram felizes com as lembrancinhas de natal", dessa forma não posso ser o crítico do sorriso dos meus colaboradores ou do rosto estampado de alegria na criança diante do brinquedo novo, do pai de família ao receber cesta de alimentos. Façam a festa, essa é de todos os que sonham com a roupa nova, o carro do ano… Devemos investir na alegria de sonhar e nos emocionarmos realizando sonhos outros. Ouço nesse momento o DVD do Chico Buarque, Chico e as Cidades, nesse DVD ele fala no sonho de infância, morar na casa do Oscar, referindo–se a um projeto de Oscar Niemeyer para a residência da família Buarque de Holanda, sonho frustrado, Chico não pôde morar na casa do Oscar. Nesse ano de 2009, foi comemorado 80 anos de Adísia Sá, o jornal O Povo publicou um caderno especial sobre a mulher e profissional, o marco na nossa comunicação, perdi as contas de quantas vezes degustei do seu saber naquelas páginas em sua homenagem, frases fortes e identificadas em valores por mim admirados, posso citar: "Ninguém me toma de mim", ao mesmo tempo lembro uma frase de Chico "Música do tom é casa do Oscar". Na música ele encontrou a casa que um dia sonhou morar, no cuidar de pessoas busco encontrar a sabedoria da mestra Adísia, se Chico não realizou seu sonho em morar na casa de Oscar, quem sabe realizo o meu de ir bater um papo, tomar um café na casa da Adisia Sá.

E que todos em sua fé possam comemorar cada um do seu jeito, com seus valores essa grande festa.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Cruel Insônia.


Já é nascer do sol novamente, te vejo, bem como ao anoitecer

Tu foges por entre os dedos das mãos, deixando meus olhos arregalados

Causando tristeza, agonia e ansiedade

passam dias e noites, lua cheia, miguante e até o nascer do sol

Maltrantando a carne, o corpo, sem motivos aparentes

Perturbas e invade o espírito, enquanto busco te perder de vista

Apagando a luz e abraçando o conforto construído

Novamente nem aí para mim, feito criança arredia

feito amores esquecidos, cartas de amor não mais escritas

Seja ao meu lado o amor, seja sozinho

A luz de velas ou velas derretidas

Tú me manténs alerta e te vigiar

Muitos sofrem por sua causa, mesmo em caminhos diferentes

passos distantes, sem cantos de pássaros, sem olhos descansados

Não existem mais janelas e sim varandas de frente a outras luzes acesas

Lindas são as paisagens de um mesmo lugar, em forma de lua, sol, prédios e mar

Falo de tí, cruel insônia.

Por que eu sou JORGE ?

Um dia um amigo me ligou, queria ajuda, o casamento acabou, a vida estava uma merda. Ele dizia: ” Tudo o que eu queria na vida, era ser Jorge”. Sorrí diante tal depoimento, sou sempre assim um gozador, mesmo quando uso um Panamá, mesmo quando subo um vulcão, mesmo em lindos vales, nada importa, sou Jorge.

                                                                                                                                                                                                                                         Enquanto tantos lamentam, sou apenas Jorge. Um desses caras perdidos na vida, acreditando em tudo, em todos e não acreditando em ninguem. Fugindo dessa alegria comprada, uns chamam de natal, outros carnaval e eu buscando a avenida, cheio de risos e de alegria, tudo seguindo a risca,novas fantasias, novos rumos, novos desejos, vou seguindo o meu rumo, o meu caminho.
Muitos podem até atirarem pedras, criminalizar, descriminar ou oferecer flores e eu seguindo, sendo Jorge. No início queria ser poesia, virou texto qualquer, agora apenas finalizar, sem nenhum conteúdo, sem conceito, sem rimas ou versos. Mais um texto, feito vida que se desfaz, ou vidas que se encontram, feito beijo na boca, feito amores, feito gente.
Caminhando buscando algo, até já encontrei, perdi e encontrei de novo, feito palavras soltas, quebra cabeça complexo, mas de peça em peça, todo. O riso, a palavra e o compromisso, sou fato, existo e vivo de novo.
O medo não existe, não sei de onde a coragem, são raízes profundas, experiências e muitas poesias lidas, feito Jorge guerreiro, feito menino, feito gente querendo aprender no dia a dia, feito filho amado, feito construção e sabedoria. Vivendo em cada encanto, cada canto, sem deixar espaço, preenchendo o próprio mundo.
Sou assim, nem mesmo me conheço, mas quando cheguei ao mundo, recebí de início um compromisso, missão ou valor, ser Jorge e tenho sido, feito e vivido, menino , rebelde e um homem comprometido, com o que faz, com o que é, com tudo e com todos, feliz da vida, as vezes triste, mesmo assim, um menino.

Esse momento em minha vida.

 
 
Em 2012 ganhei da vida meu espaço, o que chamo de minha bolha, aonde só entra quem AMO, no meio dessa selva de pedras, mas com o intuito de plagiar , aquela velha voz de Elis.
 
“Eu quero uma casa no campo
Do tamanho ideal, pau-a-pique e sapé
Onde eu possa plantar meus amigos
Meus discos e livros e nada mais.”
 
Sou um desses arianos com ascendente em áries , ou seja legítimo, que sabe perder, mais sabe muito, muito mais desfrutar as CONQUISTAS. Nesses 18 anos de fisioterapeuta, falei, falei e poucos ouviram, pena poderia ser diferente, por que a ciência que abracei, ela apenas necessita de ética e resultados. Sou convicto, não aprendí sozinho, foram tantos os mestres e nos próximos dias falarei deles, com gratidão óbvio, mas melhor ainda com reconhecimento as suas bravuras, estou um quanto emotivo, por estar vivendo nesse momento o meu momento de vida, muito ou pouco tempo se passaram, mas me sinto extremamente feliz por essa caminhada. Posso olhar para todos os lados, dizer e gritar, minha coragem de amar e ser fisioterapeuta, respeitar cada ser humano que em mim acreditou, foram tantos e tantos, tantos ainda por vir, não tenho dúvidas vou viver cem anos, toda essa longividade que espero tem como componente: O outro.
 
Vivemos dias de discórdias, mentiras, viôlencia e desesperança, ninguem está olhando do lado, seja em suas famílias ou mesmo no trânsito, a televisão e os jornais sangram, quanta tristeza, pior que nada disso nos leva a lugar nenhum. Sou demasiadamente um otimista, sou sofredor também, pela ansiedade não só de ver um mundo melhor, mas também de fazer o melhor de mim mesmo.
 
Em 2013 ganharei da vida os 15 anos da FISIO VIDA, mais que uma clínica, um sonho sonhado com a mais brilhante virtude, cuidar do outro, mas com com uma única condição fazer do outro, um ser feliz. Um dia fui entrevistado por um consultor e ele me perguntou, o que era preciso para trabalhar comigo? Respondi imediatamente, quando você receber alguém, primeiro deve ouvir tudo que ele tem a dizer, passe muito tempo nessa fase, segundo seja lógico e pense rápido como vai resolver seu problema, seus limites ou que quer que seja, se achar que a solução está em outro profissional encaminhe rápidademente, teceiro passo faça esse ser humano sair do seu consultório, mesmo que ainda com limites ou dor, FELIZ. Seja por ter sido cuidado, seja por esperança em dias melhores, seja por ele ter visto em você um ser humano.
Nesse momento de minha vida só tenho a dizer MUITO OBRIGADO.

Às vezes semente, às vezes mofo. Enfim LIBERDADE.

 
Em busca do descanso mental e do próprio corpo, fugir por alguns dias, pode ser uma alternativa, melhor oficializar tamanha atitude e optar por férias, oferecer algum sentido diferente as pressões do dia a dia. O primeiro passo deve ser buscar o destino, quem sabe aproveitar as passagens daquele curso que ainda não terminou, o hotel estando pago é ainda melhor e sendo o destino a cidade maravilhosa, fica perfeito.
 
Então vamos decolar e ir ao encontro com as mais tradicionais praias, as mesmas que imortalizaram o poetinha e chamaram a atenção do mundo, novos ares, cabeça vazia, mesmo sendo convidado a emprestar o ombro ao amigo desiludido por conta do amor sofrido e separado, sendo capaz de ser cruel em dizer: tudo bem, foi assim, reveja ou retome, se não, se entregue nos braços da vida, a semente pode dar fruto, mas as vezes mofo. Conhecer novos lugares, a barra da Tijuca nos enche os olhos, tanto quanto Copacabana e Ipanema, fontes da Bossa Nova, talvez não tenha em seus frequentadores a mesma poesia, os interesses mudaram, as falas mudaram e os anseios também, mas tudo bem a praia encantadora e as pessoas exibindo seus belos corpos, trabalhados ou como dizem malhados.
 
 A juventude tem algo invejável, tudo ainda a tempo de mudar, seus gostos, seus olhares e suas mentes. Por mais uma vez escolhi o Flamengo para residir, mesmo sendo por poucos dias, seus casarões, seu aterro, bares e uma tradição de um Rio antigo por mim não vivido, mas sinto uma forte inveja de quem assim viveu. No quarto de hotel aparentemente reformado, carrega alguns aspectos do velho não tão bem cuidado, o que fazem nossas narinas chorar, seus donos esqueceram o quanto é importante à semente e investiram no mofo, sacrificando muitas vezes seus clientes.
No primeiro espetáculo assistido, uma viagem ao mundo de OZ, ele mesmo, o mágico escrito pelo norte americano Frank Baum em 1901, interpretado no teatro, em um belo musical por nossos artistas espetaculares, parecia algo infantil e nos deparamos com o inusitado, a cada cena, um gesto de generosidade, nos convidando a temas enriquecedores, nos chamando para entendermos o quanto somos corajosos, inteligentes e capazes de amar, a importância da família e do nosso lar. Do mundo de Oz fomos ao mundo da Lapa, ruas cheias, muita gente bonita, muita paquera, as diferentes músicas e tribos nos chamando a atenção, por nos oferecer mecanismos para não só analisarmos tantos comportamentos diferentes, quanto para fazer uma analogia entre o mundo e a nossa mente, chego a essa conclusão pelo fato de ter lido em um painel sobre signos: Áries é o signo de confusão mental. Voltemos a Lapa, mas agora vestindo e respirando o alternativo, conceituando assim a boa música, pelo menos aos meus ouvidos, ao som do Nicolás Farruggia esse veio nos abraçar e depois nos agradecer por estarmos dividindo o seu saber maior, fazer música. Um semeador de cultura, longe de o mofo estrelar e da condição pop star.
 
Não sou contra o mofo, muitas vezes é nele que ensaiamos os primeiros passos, mesmo sendo para sambar ou em busca de liberdade, podemos ir do samba ao rock, experimentar sabores e olhares. Podemos conhecer o novo, o desconhecido ou pelo menos imaginar, muitas vezes assistir escorrer em nossas mãos, sejam elas calejadas ou presas a símbolos que levam o homem a viver o amor romântico disseminado pela bastilha, em momentos inesperados, somos abordados e chamados de Sr. é apenas uma linda jovem nos pedindo para abrir sua garrafa de Gabriela, bebida contendo álcool, cravo e canela, não no intuito de se redimir mas continuando sua condição de jovem menina moça, talvez já mulher e educada, nos oferece a degustação da Gabriela, nos fazendo esquecer do Sr., no qual a pouco fomos tratados e nos permitir cairmos noite a fora, pensando estarmos no melhor da juventude.
 
No amanhecer a chuva nos convida há dormi um pouco mais, mesmo sendo dia ou noite, todos os momentos aproveitados no intuito de apagarmos a rotina, chega a hora de trocarmos novas ideias e incentivar a escrita, a poesia e a musica, ouvir novas músicas, interpretar novos artistas e estilos, prometendo a si mesmo, não fechar nenhuma porta seja para criatividade ou para vida. Em um novo amanhecer é chegado à hora de começarmos a nos despedir dos dias encantadores, caminhar de pés nus em areias de águas frias, se sentir um disseminador de confusão mental, seja por estratégia de defesa ou por conquista de algo desconhecido, mas apenas com um intuito de plantar uma semente sem medo de em muitas outras circunstâncias e essas sejam capazes de causar dor ou constrangimento e transformar tudo em mofo. Voltar ao mundo de Oz reaprender a coragem, acreditar na melhor produção do cérebro: a sabedoria. Sendo capaz de amar sem restrições, o importante nesse momento é não estarmos passando por nenhum tornado, apenas sobrevoando os céus e em poucos instantes, estaremos de volta a nossa casa e assim vivenciando o mais glorioso na vida, nosso lar, nossa família.
 
Qualquer dia, voltamos a contemplar o Cristo de braços abertos nos ensinando o quanto vale sermos livres, projetando sentimentos maravilhosos, mesmo sendo esses os mais sinceros, devem ser guardados a sete chaves, dessa forma não podemos de forma alguma deixar espaços para magoas, tristezas e rancores, apenas para nos proporcionar felicidade.

Hoje é apenas uma segunda feira, não vou trabalhar.



Hoje é apenas uma segunda feira

Mal amanheceu já troquei as fronhas e lençóis

Ritual nos últimos dias, quem sabe uma rotina

Talvez algo de hoje por diante

Parece um ato simples, mas em meu contexto uma decisão

Também não vou trabalhar, mesmo sendo hoje segunda feira

Por um único motivo, por respeito

Mesmo em dias que me mostraram o que é estar sozinho, mesmo nunca estando

Telefonemas, mensagens, não, não estou só

Mesmo quando esse for meu desejo, mesmo assim sou cerceado de amor

Já tão cedo, mesmo sendo segunda feira, o telefone toca

A certeza, o amor incondicional

Sabe o amor?

Sei bem dele, como sei e assim me pronuncio

Um ser feliz

Nos últimos dias, precisei usar colírio, dormi mais cedo e ficar sozinho

Para abrir os olhos e enxergar um pouco mais o que já era tão nítido

Deixar pra traz sentimentos dos quais não necessito

Fazer do meu espaço uma bolha, me isolando de um tudo

Mesmo hoje sendo segunda feira quebro o novo cristal

Tomo novas decisões, volto atrás fecho portas e abro novas janelas

O sol já amanheceu e permaneço recuado no frio e no escuro que escolhi

Não tenho a menor dúvida de tantas segundas feiras que por mim serão vividas

Mesmo em dias difíceis apostei em um novo amor

Fui capaz de trocar fronhas e lençóis, serei muito mais capaz de viver novos dias

Novos amores, de encontrar velhos e novos amigos

Descobri em dias difíceis algo precioso, riqueza maior

Nunca estar sozinho

E hoje é apenas segunda feira e as palavras assim como a vida

Já me enchem de alegria, os meus olhos já estão bem abertos

E a vida me contempla do prazer de viver.

Eu Penso, mesmo assim.

 
Eu penso, mesmo assim, quando tudo parece em vão
Fujo, corro, chego ir ao desespero, só não quero chegar a lugar nenhum
Mesmo assim, insisto, minha objetividade, meu foco, meus interesses
Não posso deixar de falar da tal vaidade, arma perigosa
Arrisco, atiro e me desobedeço.
Sempre fui assim, ativo e com olhos arregalados para vida,
Mesmo assim, sofro, tenho meus limites, em ocasiões sejam vitórias ou sejam fracassos
Carrego em mim, minha única certeza, a vontade de acertar
Mesmo assim, erro alvos, acerto alguma vezes, erro de novo
Vou longe, mesmo muito perto, não saiu do lugar
Quero meus inimigos, se é que os tenho por perto, juntos aos amigos que considero
Continuo, vou ascender fogueiras e apagar o fogo que queima sentimentos valorizados
Ser de verdade, existir no coração do outro que agradece
Agradecer a vida, nela existir, existindo para outros, sendo minhas verdades
Caminho, pode ser solitário, mesmo assim, quero caminhar
Estender as mãos, abrir os braços, oferecer um abraço
Não me importa, vou caminhando e em minhas fácies, o sorriso aberto
A palavra aberta, o sentimento leal e o desejo de novos dias, a quem quer que seja
Sem o compromisso, sem sentença e ao mesmo tempo justificando o silêncio
De quem muito amou, e muito sabe o que tem de amar.

Tenho raízes.




Nada de pressa
Eu nasci às 22h10min de 31 de março de 1970
Ela por esse Instante já sentia dor, estava apavorada, já era madrugada
Um dia inteiro de dor, só ela sabia o quanto sofria.
Avisou ao médico não quero mais.
Mas segundo o Dr. Chamado Helton.
Teria que vir ao mundo, seja como fosse
Então eu vim, na hora certa
Mesmo quando nem hoje entendo qual a hora certa
Cheguei chorando tanto, que causava desespero
E ela que pensava que era  apenas a dor, foram noites e noites em claro
Por felicidade ela o tinha, seu companheiro, presente cheio de amor e de medos
E assim vim ao mundo, dessa forma acredito na felicidade.
Depois de poucos anos veio uma menina
Não seria apenas uma irmã, veio meu anjo da guarda
Hoje vivemos cada instante
Mesmo com tantas alegrias e tantas tristezas
Talvez um livro
Talvez um poema
Talvez uma música
Só sei de verdade, o nosso viver era só amor, melhor dizer nos amamos a cada dia mais
Por tamanha simplicidade
Por tamanha alegria
O que sei e o que posso afirmar
Estou aqui e passaram 42 anos
Dessa forma só me resta dizer, sou feliz
Busco dentro de mim a cada dia ser apenas um ser humano
Tenho raízes.

Segurança Vulnerável

Nunca se investiu tanto em segurança privada e cada vez mais nos tornamos reféns de nossos próprios medos e dos nossos próprios muros, além de fugirmos da violência, construímos  o circuito solitário em busca de privacidade. Já não se sabe  quem são os vizinhos , não existem os muros baixos e praças publicas,  em outros tempos a cadeira na calçada, a visita surpresa  aos amigos, o bom dia, o bate papo na banca de revista, tudo isso fazem  parte de um passado quase lendário,  mas o que houve de fato em nossa sociedade?  Modificamos  velhos hábitos por conta da violência ou estamos submetidos a violência por que mudamos nossos costumes? 
 
A nossa Fortaleza insanamente envolvida em construções voluptuosas de prédios cada vez mais modernos e com grandes áreas de lazer, em total isolamento com o outro lado da rua, muitas vezes desapropriados e oferecendo condições dos que vivem marginalizados criarem suas próprias leis, nelas uma vida e  um par de tênis  tem a mesma proporção de valor. Será que não é chegado a hora de nos questionarmos  como sociedade? Ou será melhor vivermos presos em muros  cercados de câmaras, cercas elétricas, seguranças particulares, portões automáticos  e carros blindados, fomentando a idéia dos que se sentem marginalizados a serem ainda mais perigosos. Por que é preciso a próxima tragédia para nos reunir, vestir roupas brancas e pedir pela paz? E  todo esse arsenal  de proteção o quanto é benéfico e o  quanto nos deixa vulnerável?  Certamente não podemos isentar nossos gestores públicos dos seus deveres e temos que admitir a  grande falha de inteligência nas resoluções dos problemas de segurança publica, ao mesmo tempo, não custa  entendermos o quanto somos importantes nesse processo de valorização humana, principalmente quando se trata de tão violenta diferença social, muito se fala da diminuição de indigentes e que cada vez mais saímos da linha da  pobreza, mas não podemos esquecer,  esse fato está relacionado a bens de consumo e não ao educacional, tornando-se ainda  muito mais perigoso. 
 
A televisão na sala dos que ontem nada tinham, enchem os olhos de desejos  e falsos sonhos aos que são cegos de  conhecimentos, então olho  por olho,  dente por dente, nada contra termos  melhores condições de vida até porque muitos dos crimes ocorridos estão fortemente  enraizados nas classes econômicas abastardas  e assim os jornais impressos pesam em nossas mãos por tamanhas manchetes de crimes bárbaros, a televisão nos causa náuseas discorrendo minuciosamente cada detalhe de como torturar, matar e até jogar  seres  humanos aos cães.  Vejam só:  o que era para ser circo no momento de lazer em nossos lares como  as novelas por exemplo, são verdadeiras aulas de criminalidade, instigando a deslealdade e a falta de amor ao  próximo, investindo de forma insistente:   o viva esse momento e os outros nada importam, como fórmula de felicidade, promovendo a intolerância .  Vivemos momentos de tristezas  com o alto índice de violência e podemos até aceitar os fatos tristes , esses fazem parte da vida, desde que possamos acreditar na alegria de viver e ao mesmo tempo possamos construir relações humanas alicerçadas na solidariedade.

A Caixa


Em junho de 2010 tive a grande felicidade de ir a Flip em Paraty, esse foi meu carnaval, foram dias cercado em meio a autores e pessoas de minha admiração. Na volta uma caixa inseparável dos livros que adquiri, a maioria autografados.
 
 
Quando o olhar  superava  toda a paisagem aos  meus olhos
Eram o mar, as ilhas, o caminho imperial,
Era o Rio de Janeiro, atravessando suas margens, seu cristo e seu pão de  açúcar.
Meus pais a sorrir e eu no mundo encantado de alguns dias
Já era volta, entre náuseas e curvas da estrada delimitada, meu olhar
Uma inspiração, o aconchego e a vontade de liberdade, que me inspira
Em cada olhar, uma nova expressão,  um novo sorriso  e uma nova vertente.
De uma hora para outra, surge uma reflexão, algo inesperado.
A Caixa
Ela está sozinha, um risco permanente
Mas o que faz  uma caixa sozinha, em uma estrada que mais parece o tal paraíso?
Fui indagado sobre  a caixa no bagageiro do ônibus.
Mas enfim uma parada naquela travessia e a caixa nomeada a subir de posição
Eu já não tinha aonde sentar, desde o momento em que vi um acento vazio.
Sentaria eu bem atrás, no meu lugar a caixa e ela  era apenas de  papelão.
Eu em minha  opinião formada, quase rejeição, não contive.
Indignação proferida, cogitei ser menos  importante que a caixa.
Ouvi  o inesperado, a caixa está cheia de seus sonhos
São livros e todos autografados por quem  tanto admiro, se perdidos serão só memórias.
Acordei naquele instante, a caixa não era a substituta do meu ponto de vista
Era eu e minhas armaduras
Era eu e meus versos, minhas palavras e meus valores.
Não me contive e continuei a olhar tal paisagem, agora não mais o mar belo
 Fixei meu olhar  na caixa
Entendi meus dias de Paraty e tudo a sua volta, sua feira, seus livros e seus sonhos
Voltas que a vida se certifica em dar, mesmo de tão longe
Em tão longe olhar, vi em mim mesmo a solidão
Vi  o quanto  aquela caixa traria de esperança e de alimento
Não eram  apenas  palavras, não eram só esperanças
Eram minhas fantasias e minhas orações deturpadas
Eram sonhos, histórias mal contadas
Eram meus valores, meus desejos e virtudes
Eram meus defeitos e mazelas, às vezes infrutíferas
Era tudo e é tudo que existe em mim.
 
 
 

Carnaval em Salvador.


Por duas vezes vivenciei o carnaval de salvador em 2008 e 2010 esse relato foi a impressão que ficou.

Assisti ao espetáculo grandioso pela sua estrutura e organização, vivendo de perto e também atrás do trio elétrico, muita gente bonita dividida entre o corredor da folia e os magníficos camarotes, uma gente incansável, sempre cantando ao som da Bahia, músicos dispostos a estar sempre levantando a multidão, mas nesse espaço posso comentar alguns momentos  críticos e esses me  chamaram a atenção de forma especial, senti falta da Bahia dos antigos baianos, me surpreendi com as lágrimas e demonstrações de emoções ditadas pelos artistas sempre diante das  câmaras  de televisão indicando  estarem  ao vivo para o mundo, sofri ao ver uma quantidade de pessoas transparecendo suas misérias sejam por abandono social ou por necessidade de expor uma liberdade quase insana capaz de  ser confundida com felicidade aos olhos dos menos sensíveis, ao mesmo tempo é carnaval, nossas fraquezas e fortalezas entram na magia da festa pela porta da frente sem nem mesmo avisar, abrem  portas sem a menor cerimônia, os rituais vão da euforia ao obsceno, mesmo quando uma cantora no alto do seu trio elétrico manifesta o desejo de rezar o “Pai Nosso” a mesma fica frustrada, por não alcançar o “venha nós ao vosso reino”, as vaias não deixavam,  somadas as mais variadas manifestações contra aquela atitude, pareciam concordar em não querer ninguém para reinar, perdoar ou situações semelhantes o que todos queriam mesmo era extravasar e a cantora atendeu aos donos da festa, fiquei entusiasmado, é esse o país no qual  quero morar, de uma gente decidida a fazer valer suas vontades  e não o país no qual vivo, onde se passa o ano inteiro pagando e sendo subserviente dos nossos governantes, admirado fiquei com essa  gente linda, essas com as  quais fiquei  cercado nessa intensa alegria, não as conheço, tenho apenas a sensação de  vivermos em países distantes.  São as mesmas pessoas? Não consigo acreditar, elas   assistem  o espetáculo da pressão dos gastos absurdos com dinheiro público e calam-se, mas na avenida do carnaval ditam o que querem, reprimem seus sentimentos na vida e liberam entre as cordas da alegria do carnaval baiano. Cordas intensamente puxadas aos empurrões pelos cordeiros e esses demonstram  em suas fáceis a cara do meu país, não deste país no qual tomei  abrigo por algumas horas, nesse espaço privado e  geopoliticamente  pertencente  a minorias privilegiadas mas também  assustadas  ao aproximarem da corda, mostrando temor entre esses dois mundos,  o mesmo não acontece quando desfilam  mascarados e ao ritmo de suas adversidades.  O  importante  nessa  festa  é continuar noite a dentro, encantando a todos, basta acordar na quarta feira de cinzas ou porque não ficar aceso até as cinzas, seguindo o arrastão dos que seguravam a corda, dos que dividiam mundos e nesse  momento correm felizes atrás do trio elétrico por duas horas pensando que a festa era  pra elas.

Mantive a mesma impressão em 2010, espero um dia voltar a essa festa e tomara tenhamos mais igualdade social, assim quem sabe assistiremos o espetáculo de um Brasil com mais saúde social e humana.

Reminiscência

Nos últimos dias encontrei algo que há muito tempo não tinha lido, uma pasta com contos e poesias que escrevi entre meus 13 aos 17anos, estou feliz por relembrar e muito mais por dividir com meus amigos. Vejam algo escrito em 1986, nessa época morava no Crato.

O homem busca o sonho, navegando por lágrimas
Os mares divergem diante esperanças
A natureza por um fio de fumaça
Não vejo o céu, mesmo assim procuro ver a vida
Às vezes penso que a vejo como poeta
Pobre de mim. Busco apenas imagens
Afinal, minha vista também está embaçada

O homem busca sair, mas são tantas as portas
Pobres rugas tão bem acentuadas
São marcas de quem muito viveu
São certezas de que vale apena sonhar
Podendo registrar a sua caminhada
Vivendo entre aplausos e vaias
Marcas a cada palmo de chão
Pobre de mim quase sem marcas
Afinal, muito chão ainda tenho a caminhar

O homem busca realizar-se
Tantas decepções, tantas emoções
Uma busca quase infinita
A razão da vida são os sonhos
São as portas abertas da realização
São lágrimas e risos
São verdades esquecidas enquanto há sombra
Pobre de mim em busca de um dia de sombra
Busco a verdade da realização
Afinal sou jovem, talvez o próprio amanhã
Perco-me em labirintos de dúvidas.

Posso ser mais que o amanhã, posso ser o hoje

quinta-feira, 18 de abril de 2013

 
Esse terceiro blog tem o objetivo de tratarmos de assuntos mais pessoais, literatura, comportamento, poesias, viagens e opiniões. No portal do Jornal O Povo tratamos do mundo da fisioterapia e saúde de forma em geral http://blog.opovo.com.br/fisioterapiaesaude/ , também temos o blog no site www.fisiovidacomvoce.com.br esse é especifico para mostrarmos nosso trabalho no dia a dia da FIsio Vida e contamos com nossa equipe de trabalho. sinto falta de mostrar outro aspecto dessa caminhada, filmes , livros, viagens e principalmente poesias, um pouco do lazer, dos vinhos e dos amigos, esse é um terceiro ponto de encontro, espero que tenhamos a mesma interatividade que conquistamos nos outros espaços, aqui saberemos um pouco mais de Jorge Brandão, sejam bem vindos. De início recuperaremos muito do que já foi escrito.

Quero de certa forma expor por que do título do blog, "Uma Bolha de Atitudes" , bolha foi o nome dado uma das minhas maiores conquistas na vida, meu apartamento, ele foi planejado no coração de uma Fortaleza, de verdade por aqui tudo acontece, nas 24Hs, eu e minha bolha ou em minha bolha e tudo em volta, cheio de atitudes e uma diversidade de sonhos, esperanças e realidade, além óbvio de realizações.