domingo, 12 de janeiro de 2014

Minha mãe, o lenço e o travesseiro.


Talvez, o texto não saia da forma original, digitei a pouco e perdido nas novas tecnologias, me perdi. Nesse momento, preferi escrever , antes de digitar. Quero falar de atitude, não conceitos e sim momentos verdadeiros.

Hoje domingo, fui almoçar com a família.  Minha mãe ,  tanto insiste que devo emagrecer, fez lasanha. Como dizer não?

Nesse momento de reunião, minha irmã falava de algo, meus olhos, enchiam de lágrimas, meu pai interrompia, exaltando atitude. Minha mãe, teria ido ao shopping, fazer compras, isso faz parte de uma rotina, aos meus olhos, prática fútil, puro preconceito. Ela precisava comprar um pedaço de felicidade, pedaço de tecido, um lenço, desses que as mulheres costumam usar na cabeça.

A amiga de minha mãe, sua costureira. Está com câncer, fazendo quimioterapia, os seus cabelos caindo, a tristeza tomando conta da esperança. Minha mãe, chega em sua casa, com o lenço. O sorriso de volta, um simples gesto.

Ouvir esse momento, fez lembrar, meses passados. Minha mãe, ouviu barulho na rua. Era noite e ela levantou, foi até a janela do seu quarto.  Dois homens se preparavam para dormir, ao relento, faziam do calçamento seus travesseiros.

Minha mãe foi ao closet, pegou lençóis e travesseiros, primeiro chamou elevador, depois o  porteiro do prédio, pediu para que entregasse aos homens deitados no chão da calçada, um pouco de abrigo. Sou filho dessa mulher, gestos e nenhuma intenção.

Apenas estender as mãos ao próximo. Gratidão pela vida.