Ao passar por um armário em meu apartamento, desses aonde acumulamos de um tudo e nunca se encontra tempo para organizar, me perguntei: O que me faz, não organizar essa bagunça? Fiz o tempo acontecer. Desocupei o espaço, quanta coisa joguei fora, quantos projetos guardados, fotos de momentos esquecidos, tantas coisas escritas. Textos, contos, artigos e poesias. Quantas músicas a tempo não ouço, quantos filmes os quais não vi e tantos para rever.
O gravador comprado e nunca utilizado, na busca de realizar o projeto de um livro, ainda não escrito. Sonhos e desilusões, certamente são motivos os quais , tanto adiei arrumar esse armário. Chamei minha atenção, por algo tomando conta de mim. Surgindo, assim, uma nova questão: Aonde eu estava?
As perguntas muitas vezes, fazem mais sentidos a respostas, as quais, não se sabe responder. Quanto mais saber interpretar. Talvez por cansaço de tantas atitudes tomadas ou quem sabe pelo amor, tantas vezes exaltado, desistido e insistentemente vivido. Por mais poético, cantado e vivido, o amor também traz dor e consigo, sentimentos soltos, perdidos e cheios de expectativas.
O armário já está pronto, tudo em seu devido lugar. A tarefa dificultada , somente transformada, quando entendemos o intuito maior de estarmos conosco. Estou bem mais próximo, posso estar quase chegando. Novas expectativas, sonhar feito menino de coração sincero.
Buscar paz interior, amar verdadeiramente alguém sem nem mesmo conhecer, tomar um sorvete, aplaudir de uma platéia os autores da vida, das nossas vidas. Reconhecer em si mesmo, o potencial e se jogar na montanha russa da vida.
Tenho em mim, a percepção, estou bem mais próximo. Estou quase chegando, próximo ao pódio. Fazer dessa chegada , estar aqui.