domingo, 24 de maio de 2015

Eu feito menino.

Em minha varanda, acordei sozinho.
Ela corta as nuvens,  em pedacinhos.
Olhei cada milímetros de mim.
Tantas janelas acesas, tantas vidas cheias.
Ao observar cada passo, cada canto.
Gestos e pessoas a caminharem em suas ruas desertas.
 Me joguei, nada tinha de mim.
Nem mesmo, nada entendi e fui, buscar o que sempre encontrei.
Eu, apenas, eu.
Vou caminhando sem o propósito de nada encontrar.
Podendo ser e nada ser.
Caminhando.
Feito chuva, ventos,  folhas, que não querem cair.
Compromissos sórdidos, palavras amenas, gestos e compressões, jamais vividos.
Feito tolos na vida, vestidos de qualquer maneira.
Caminhando, apenas.
Sinto as pétalas da chuva caindo sobre mim.
Sem mesmo chuvas ou tempestades.
Apenas eu e nada mais.
Em minha bolha, cheia de vida
Seguindo passos e em minha sombra.
Caminhando.
Eu  feito menino.
Daqueles que jogam pião, dançam e brincam.
Cheios de sensibilidades.
Deixando de ser menino.
Correndo
O mais absoluto, desejo. Encontrar a ciranda.
Brincar e olhar nos olhos sérios de quem nem se quer me olhou.
Viver e continuar vivendo, sobre ondas e mares.
Admirando o mar e os caminhos por onde vou.

domingo, 17 de maio de 2015

Esqueci o cartão de crédito.

Estava a caminho de fazer mais uma noite feliz.  Quem sabe um novo amor feliz. Desses que quando muito jovem,  não tem restrições.  Fazer da vida um grande parque, muitas luzes ao meu ver. Momentos intensos, medos e tudo o que nos rodeiam. Fui, me chamando de inconsequente e em outros de coragem, só sei que fui. Resgatando a juventude ainda mantida.
Ao chegar. Era apenas um ingresso, desses que compramos rápido, tudo seria resolvido, até inconscientemente, mas, eu teria nesse caminho, esquecido em alguma gaveta, a fonte da compra. Houveram muitos papos, com o motorista.  Optei fluir, em minha cidade de táxi, o motorista me falava  do consumimos de sua mulher. O quanto, o que esqueci em casa, nos faz levar a comprar o que nem precisamos, o quanto vivemos na vida de impulsos.
Permitir a não fazer, não ir. Seguir o caminho traçado, objetivos e ir ao aniversário de uma amiga, mesmo por que, ela em sua leveza, me faria seguir. Sorri muito e muito me diverti, fomos ao salão e muito dançamos, nos jogamos no passeio da vida.
Não precisamos de muito, o que precisamos estar, assim, ao lado. Um bom papo, boa amizade, quanto menos exigentes maior a sabedoria. Desses muitos amores, em que nos permitimos viver e nos jogamos de novo no passeio da vida. Não são sopros. São maneiras diferentes de se dizer , ser feliz.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Quem me dera ser, o ser. Desejando ser apenas.

Nesses últimos dias, fui abordado por um amigo,  algo no mínimo inusitado. Ele me falou: " Nos últimos tempos, você é a única pessoa, a me falar, em ser". Sorri desconcertado, agradeci meio tímido, ao mesmo tempo em paz. Feito criança, sendo adulta, conquistando sonhos, traçando expectativas e enxergando os outros.
Serei mesmo eu, a quem se refere? me interroguei. Quantas frustrações em busca de algo, o qual não desejava. Quantas vezes caminhei por caminhos longos. Mesmo eu, estando bem próximo. Apenas, uma quadra de mim.
Nesses últimos dias, um amigo, ao telefone, falava dos seus sonhos. Eram tantos,  imensuráveis. Com caminhos mínimos, mesmo em aspectos distantes. Talvez milhas, quarteirões ou se encontravam aqui. Bem mais próximo de nossas euforias e constatações. Feito a simplicidade, de brincar de esconde , esconde. Encontros de ser e sonhar nos faz humanos de verdade. Buscando concretizações, realidades e mentiras.
Uma cliente me falou, sobre o que parecia ser a verdade. A mesma relatava o quanto as perguntas são melhores a respostas ou quem sabe, muito mais importantes.  O quanto somos perigosamente propícios as mentiras, frutos de nossas mentes. Não somos iludidos. Iludimos em caminhar por caminhos mínimos, mesmo entendendo, não sendo prósperos.
Perdemos muitas vezes forças e inspirações , por novos sonhos e ilusões. Em construção do buscar novos caminhos e conceitos.  Quem me dera ser, o ser . Desejando ser apenas. Quem me dera ser ou me jogar de forma exagerada na busca de viver.